sábado, 28 de maio de 2011

Sobre a questão Gays X bancada evangélica

Vida profissional agitada e estadia por terras onde a liberdade é naturalmente mais aceita me trazem um motivo adicional para negligenciar esse blog.
Mas eis que surgem o excelentíssimo deputado Jair Bolsonaro de um lado, com aliados improvaveis na bancada evangélica e de outro kit anti-homofobia e o lobby da LGBT.
Como sempre fico com a minha visão de mundo, que é o libertarismo, e consequentemente não concordo com nenhum dos dois lados.
Vamos as ponderações partindo de uma analise libertária da situação.Como sabemos a filosofia libertária é tão rica que nos permite solucionar com facilidade quaisquer conflitos como esse em questão:

-Em primeiro lugar, o que cabe a um estado é ser imparcial.Ele não deve entrar na liberdade das pessoas e deve tratar a todos de forma rigorosamente igual.Ser gordo, careca, bonito, feio, gay, hetero, judeu, muçulmano, católico ou qualquer outra coisa não é algo bom nem mal.É tão somente uma caractarística.Nós todos somos dotados de várias destas características.É normal que diferentes pessoas gostem ou desgostem destas características e que procurem se relacionar mais ou menos com pessoas que possuam ou não estas característicaas.Isso faz parte da liberdade de cada um e não deve nem pode ser evitado pelo estado.
-Existem porém duas coisas que jamais podem ocorrer.São elas:

1) Alguem ter sua liberdade invadida por possuir alguma destas caracteristicas.

É uma clara afronta a liberdade de cada um e a sua propriedade, que se manifesta no direito de contratar sobre a propria vida e propriedade que uma pessoa nao possa se casar com quem quiser.A decisão do STF trouxe direitos basicos para uma parcela da população sem tirar direito algum dde quem quer que seja.Se alguem é livre e pode dispor do proprio corpo e da propria vida, não ha como se defender que esta pessoa nao possa se casar com quem quer que seja.Não custa lembrar, o casamento nada mais é que um contrato.E quanto a afmirmação da bancada religiosa de que a liberdade deles estaria sendo invadida porque os gays querem ''destruir a instituição do casamento'' convenhamos, trata-se de uma afirmação patética.Como alguem iria poder destruir uma instituição a qual voce meramente quer se juntar e poder fazer parte?

2) Alguem por possuir alguma destas características buscar algum privilégio ou direito para si mesmo.

Quando alguem agride alguem a lei ja preve as punições.Não existe motivo defensavel que justifique qualquer quota, subsidio, lei especial de proteção ou qualquer outra vantagem especial nem para os gays nem para nenhum outro grupo.E mais: o direito de livre expressão é absoluto.E é sempre mais facil defender este direito para aqueles com os quais concordamos para aqueles dos quais sentimos repulsa.A bancada evangelica possui toda a minha repulsa no campo individual.Mas como um absolutista do direito de liberdade de expressão defendo que eles possuam o direito a não quererem se relacionar com gays ou que acham que gays vivam no pecado.Como diria Voltaire, nao defendo uma palavra do que dizes, mas defendo ate a morte seu direito de dize-las.E certamente tambem nao possuo vontade alguma de me relacionar com qualquer pessoa da bancada evangélica que pense assim.Existiram tentavivas por parte de ambos os lados na questão de censurar opiniões e buscar leis especiais de proteção para eles.Nem um grupo que possui certa visão religiosa tem o direito de impor esta visão aos demais nem um grupo que defende a tolerância deve via estado buscar que o estado tente convencer os demais desta visão.Por mais que eu tenha no campo individual simpatia com as considerações de tolerancia e concorde com a mensagem, entendo que faz parte a liberdade de cada um livre manifestação desde que nao viole a propriedade dos demais, e que nao devem haver leis especiais de proteção a nenhum grupo.

Sobre o kit anti-homofobia: A questão é bastante simples.Se nao houvessem escolas estatais, o que seria o correto, ela alias ja estaria resolvida.É direito de cada pai colocar o filho na escola que desejar.Se um pai deseja colocar um filho numa escola onde se defenda e se chame a atenção para a questão da tolerancia e da existencia do amor entre pessoas do mesmo sexo, que alias seria o meu caso, ele teria este direito.Se um pai religioso ou nao deseja colocar o filho numa escola onde se ensine que a unica uniao correta é a entre um homem e uma mulher, ou a entre um camelo e um homem, ou qualquer coisa que o valha, como é ele que esta pagando e isso diz respeito a familia dele, ele tambem tem este direito.
No Brasil como possuimos escola publica, a questão é a principio mais complicada.Entendo então que simplesmente não cabe ao estado se manifestar sobre a questão.É antes de tudo totalitarismo do estado querer entrar numa discussão de foro individual e campo privado.Temos diferentes crenças e opiniões.A beleza do libertarismo é que ele cria uma esfera onde desde que nao se entre no direito dos outros, podemos viver nossa vida.Quando uma escola estatal simplesmente existe, o estado nao deve se manifestar.Sem ensinar a tolerancia nem ensinar a visão religiosa.Deve solenemente se retirar e não tentar moldar o que pensamos.Mesmo que a visão que ele expõe seja a correta.