segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A reforma ficou no envelope





Notícias tristes são tão comuns para libertários brasileiros que nem nos damos ao trabalho de prestar muita atenção na maioria.É triste ser libertário no Brasil como é triste ser banqueiro na ex-União Soviética.Disso todo mundo ja sabe.
A causa de tristeza sobre a qual falarei essa semana é o lamentável e enfadonho monópolio postal brasileiro, que por um unico voto(!!) foi mantido pelo STF de Brasília.
Segundo essa visão de mundo que os estatistas conseguiram defender por um voto, só quem pode entregar remessas e correnpondências no território brasileiro, a não ser em uns poucos serviços, é a maléfica empresa brasileira de Correios e Telegrafos.
Graças a decisão destes magistrados, todos os brasileiros que possuem amigos que vivem em outras cidades, que possuem negócios com remessas para receber e enviar, terão que encarar um serviço infinitamente pior, menos amistoso, menos eficiente e muitíssimo mais caro.
Não posso aqui deixar de fazer uma pequena pausa para uma reflexão.Por toda a minha vida como militante liberal fui taxado de não ''ver por trás dos números'' e ''não enxergar as pessoas'' como disse furiosamente um professor uma vez muitos anos atrás.
Ora, estou aqui falando de casais de namorados, de pais e filhos, de amigos que vivem distantes e querem se aproximar uns dos outros mandando presentes, cartas, lembranças, fotografias, declarações....e um maldito monopólio atrapalha a vida destas pessoas.
Claro, estou falando tambem de empregos que não são gerados, e como haveria mais eficiencia e velocidade se a competição fosse aberta.
Todos nós sabemos, se a competição fosse aberta, empresas privadas triturariam os Correios em questão de dias.Eles são ruins demais mesmo.
Existem dois argumentos toscos para defender a ideia pró-monopólio.
A primeira diz respeito aos empregos dos funcionários dos correios que seriam demitidos com o fim deste dinossauro ambulante.A segunda sobre a necessidade de um subsidio cruzado: os correios são necessários porque segundos estes o ''mercado é imperfeito e só vai distribuir correspondencia nos lugares onde isto for lucrativo''
Sobre o primeiro argumento trata-se de um caso clássico de beneficios concentrados contra beneficios difusos.Se o preço para que 190 milhoes de brasileiros tenham um serviço postal decente é que uns poucos milhares de funcionários da estatal percam empregos, este é um preço bem baixo.Eu não vou perder meu sono por eles.Mas ainda assim é um argumento falho.Muitos mais empregos seriam gerados pela iniciativa privada que perdidos pelos correios.
O segundo argumento simplesmente ignora a evidência empírica dos fatos.Em todos os rincões do Brasil, o sistema de distribuição, quando operado por empresas privadas, jamais provocou desabastecimentos.Em cada confim deste país de pessima infra estrutura existem agências bancárias, cerveja a rodo para quem quiser comprar, cigarros, e até ingreja Universal do Reino de Deus.Por que empresas privadas não fariam o mesmo com correspondências??
Como dito por Roman Boan, vice-presidente do Cato Institute de Nova York, em uma inesquecivel apresentação tempos atrás, se o estado detivesse o monopólio da produção de calçados, estes seriam péssimos, caros, e sem-graça.Ainda assim, se uma voz se erguesse pelo fim de mais este monopólio, muitos reagiriam irados ''Voces odeiam os pobres, como eles irão se calçar??Voces não pensam nas pessoas, voces odeiam as pessoas!''

Baralho falso

Por J.R. Guzzo, para a Revista Veja

Baralho falso
"O que poderia haver de mais avançado em matéria
de falsificação do que sustentar, como fazem os mestres
de doutrina do PT, que são de direita todos os que discordam
do governo Lula e de esquerda todos os que são a favor?"

Os professores das escolas públicas e particulares brasileiras provavelmente continuam ensinando nas salas de aula que, em política, as coisas se dividem em direita e esquerda; boa parte deles, pela lei das probabilidades, deve explicar que a direita é geralmente do mal e a esquerda é geralmente do bem. A esperança é que a maioria dos alunos não preste muita atenção às aulas em que ouve isso, ou esqueça logo o que ouviu, como esquece para que serve a bissetriz ou quem foi o regente Feijó. O problema maior não está em dizer, sem demonstrar com fatos, que esquerda é melhor que direita – como também não haveria grande perda se fosse dito o contrário. Há muito tempo esse tema virou questão de fé, e aí cada um acredita no que quer. Ruim, mesmo, é manter em circulação duas palavras que, no Brasil de hoje, perderam qualquer utilidade para diferenciar comportamentos, convicções e pessoas na vida política real. Só servem, na verdade, para fazer exatamente o oposto – uma mistura grossa na qual vai ficando cada vez mais difícil saber quem realmente é quem, e, sobretudo, quem está querendo o quê. Esse mundo de confusão, sem forma, sem substância e sem lógica, é o ambiente ideal para montar uma mesa de jogo em que são falsos o baralho, as fichas e tudo o que está em cima, embaixo ou em volta dela.

O que poderia haver de mais avançado em matéria de falsificação, por exemplo, do que sustentar, como fazem os mestres de doutrina do PT, que são de direita todos os que discordam do governo Lula e de esquerda todos os que são a favor? O resultado prático dessa maneira de separar os lados na política brasileira é a criação de um tumulto mental em modo extremo, no qual não se entende rigorosamente nada. Cada caso, aí, é mais esquisito que o outro. O governador José Serra, que foi presidente da UNE, teve de fugir da polícia no golpe militar de 1964 e ficou anos exilado, é o principal nome da oposição para disputar as eleições presidenciais de 2010 contra a candidatura do governo; é apontado pelo PT, por isso, como o grande líder da "direita" brasileira. O presidente do Senado, José Sarney, foi um dos principais servidores do regime militar, esse mesmo que queria colocar Serra no xadrez; hoje está a favor do governo Lula e é defendido até a morte pelo PT, como um herói daquilo que o partido descreve como sendo o campo progressista, popular e de "esquerda". Qual o nexo de uma coisa dessas? Pela mesma visão, o deputado Fernando Gabeira, que quando jovem fez tudo o que a esquerda mais radical podia fazer, e hoje é um opositor aberto da ladroagem no governo Lula, é excomungado como homem de "direita". Já o senador Romeu Tuma, que fez carreira durante a ditadura como delegado do Dops e andava atrás, justamente, de subversivos como Gabeira, hoje é um dos destaques da "base aliada" e se vê premiado pelo PT como participante ativo do "projeto de esquerda" neste país. A senadora Marina Silva, que até outro dia estava para ser canonizada pelo governo, tornou-se suspeita de ajudar a "aliança conservadora" no dia seguinte ao seu rompimento com o PT; é uma questão de tempo até ser enfiada sem maior cerimônia no balaio geral da "direita". O deputado Paulo Maluf, que o PT sempre tratou como uma espécie de King Kong do direitismo nacional, foi promovido, pelos serviços que fornece ao governo, a associado emérito das forças de "esquerda". Fica assim, então: Serra, Gabeira e Marina, entre dezenas de nomes semelhantes, estão na direita; Sarney, Tuma e Maluf, entre outros tantos, estão na esquerda. É nisso que veio dar, no Brasil atual, a distinção entre ideologias.

Quando se toma, de caso pensado, o caminho da mentira para fazer política, qualquer coisa pode acontecer. Está acontecendo neste momento na Receita Federal, onde a demissão da secretária Lina Vieira e de dois de seus assessores diretos, seguida pela entrega de sessenta cargos de chefia por seus ocupantes, virou uma briga de arquibancada como fazia muito tempo não se via numa repartição do serviço público. Lina e sua equipe, no evangelho segundo o PT, seriam esquerda pura: diziam dar prioridade à fiscalização sobre "grandes empresas" e tinham a seu lado o sindicato da categoria. Mas a secretária se estranhou com o governo em geral e com a ministra Dilma Rousseff em particular; acabou posta para fora, foi chamada de "essa secretária" pelo presidente da República e já está a caminho de entrar na lista negra dos que colaboram "objetivamente" com a estratégia direitista de Serra, Gabeira, Marina etc.

É assim que funciona.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Só deveres para voce, direitos nunca!




Apenas para lembrar, que o estado, sempre tão rápido na hora de tirar nossos direitos e se intrometer em nossa liberdade, não exibe a mesma velocidade para falar dos deveres que ele nao cumpre!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O peso do estado

No estudo do Bird, país se notabiliza também pela falta de ímpeto reformista.

Um primeiro lugar que nos envergonha


    Por Alexandre Bassoli
    24/08/2009
Texto: A- A+

Estudo do Banco Mundial mostra que o Brasil avançou pouco para melhorar ambiente de negócios das pequenas e médias empresas

A edição 2009 da interessante publicação Doing Business2, do Banco Mundial, reitera a falta de avanços no Brasil no que se refere à melhoria dos vários fatores que afetam o ambiente de negócios para pequenas e médias empresas. A classificação geral nos coloca num desconfortável 125º lugar entre os 181 países pesquisados, numa disputa cabeça a cabeça com países com nível de desenvolvimento muito inferior ao nosso, como Butão, Lesoto, Ruanda, Zimbábue e Iraque. Estamos também entre os piores da America Latina e Caribe, alcançando o 26º lugar dentre os 32 países da região. A pesquisa do Banco Mundial abarca diversos fatores que afetam a dificuldade de se desenvolver negócios, como o tempo necessário para se abrir uma empresa, os entraves impostos pela legislação para se admitir funcionários, o acesso a crédito, o pagamento de impostos, o arcabouço legal que regula o comércio internacional, os mecanismos que asseguram o cumprimento de contratos e o respeito aos direitos de propriedade.

Além de nossa posição geral muito desconfortável, o Brasil se notabiliza no estudo pela falta de ímpeto reformista. Muitos países, inclusive alguns que ainda exibem problemas graves, demonstraram comprometimento maior com as reformas. Há uma lista de quase vinte países que promoveram reformas em no mínimo cinco áreas compreendidas na publicação no último qüinqüênio, sendo que alguns desses promoveram nada menos que 22 reformas no período. Dentre os reformistas estão Brics como China e Índia, além de Colômbia, Guatemala e México na América Latina.

Mesmo países da África, como Burkina Fasso, Moçambique, Gana e Ruanda, se incluem entre os que promoveram avanços importantes nos últimos anos.

Quando se analisam com mais cuidado os diversos aspectos considerados no estudo, há um que salta aos olhos no que se refere ao Brasil. Nosso sistema tributário é, de longe, o pior dentre os 181 países no que se refere ao número de horas de trabalho administrativo requeridas para recolher os impostos. As pequenas e médias empresas brasileiras empregam em média 2.600 horas nesse trabalho, ante uma média de 529 horas dos países da América Latina e Caribe e de 192 horas dos países da OCDE. O penúltimo da lista é Camarões, com 1.400 horas. Mesmo que as autoridades camaronesas, num surto de insensatez, alterassem a legislação tributária de forma a elevar em 50% as horas requeridas das empresas para cumprir suas obrigações com o fisco, o nosso vergonhoso primeiro lugar estaria assegurado, por larga margem.

A comparação com o resto do mundo nos ajuda, nesse caso, a compreender o grau de irracionalidade que atingiu o nosso sistema tributário. Não se trata apenas de termos uma das mais elevadas cargas tributárias dentre todos os emergentes. Trata-se da complexidade absurda do sistema caótico que foi construído ao longo de décadas, com o objetivo único de maximizar a arrecadação, sem considerar seus efeitos distorcivos sobre o crescimento econômico e a distribuição de renda.

A natureza das distorções produzidas pelo monstro disforme em que se transformou o sistema tributário brasileiro guarda alguma semelhança com aquelas observadas em nossas décadas de convivência com inflação elevada. Naquele tempo, defender-se da inflação e aproveitar-se das oportunidades de ganho geradas por ela era mais importante para o resultado das empresas que o desenvolvimento de novos produtos ou a busca de maior eficiência no processo produtivo.

O problema é que tais atividades de defesa contra os efeitos da inflação, que ocupavam boa parte dos melhores e mais preparados cérebros do país, tinham retorno social nulo, no sentido de que não ampliavam a capacidade da economia em seu conjunto produzir bens e serviços. A inflação engajava os agentes econômicos num jogo de soma zero, mas com retornos privados potencialmente elevados. Não é de se surpreender que ele tenha nos levado, em seu ápice, ao que se convencionou chamar de década perdida.

Algo semelhante decorre agora da desfuncionalidade do nosso sistema tributário. As empresas desperdiçam horas intermináveis de trabalho qualificado apenas para cumprir com os procedimentos administrativos requeridos pelo fisco. Mais do que isto, a complexidade do sistema tributário estimula a alocação de inteligência na busca de alternativas de minimização da carga de impostos por empresas e indivíduos. Tal como a inflação, o caos tributário engaja os agentes num jogo de soma zero, e tira o foco dos ganhos de produtividade e da melhoria da qualidade dos bens e serviços.

Também como a inflação, o caos tributário tem características, no caso brasileiro, de uma doença crônica, e não aguda. Ele não mata, mas debilita fortemente a economia e reduz seu potencial de crescimento. A busca de uma maior racionalidade na arrecadação e no gasto público é, sem dúvida, o maior desafio a ser enfrentado pelo Brasil nos próximos anos. O grau de êxito que venhamos a ter diante dele será um determinante crucial do fôlego do desenvolvimento do país nas próximas décadas.

Tomara que, daqui a quinze anos, os jovens de então olhem para o nosso sistema tributário atual apenas como mais uma excentricidade da história econômica brasileira, tal como fazem os jovens de hoje quando ouvem, incrédulos, histórias de um estranho país que conviveu durante décadas com a hiperinflação.

http://www.doingbusiness.org ...

domingo, 23 de agosto de 2009

Pensamento de domingo

Até quando vamos aceitar governos se vangloriando pelo numero de empresos que criaram, pelo crescimento, pelo aumento das exportações, etc?
Quem emprega, exporta, produz e gera riquezas são empresários, pequenos médios e grandes.
Os governos apenas atrapalham.
Logo, cresce, exporta e emprega mais o país onde o governo é menor

Texto de Veja

Todo mundo quer ser doutor

Pode ser um sinal de que, em certo sentido, a era Lula foi superada


Monica Weinberg

Ricardo Stuckert/PR
DOUTOR HONORIS CAUSA
Lula recebe um título na Fiocruz: "Diploma não mede inteligência"


Aconteceu na semana passada, e deverá acontecer com frequência daqui em diante: pequenos sinais no debate político mostrando que, em certo sentido, a era Lula está sendo superada. O episódio teve como protagonistas o senador petista Aloizio Mercadante e o governador de São Paulo, José Serra, possível candidato tucano na campanha presidencial de 2010. O tema da discussão era o diploma universitário. Desta vez, no entanto, o que estava em jogo eram o brilho e a exatidão do currículo acadêmico de cada um – e não o valor prático ou simbólico da educação formal, um assunto sobre o qual Lula discursou tantas vezes, quase sempre de maneira infeliz.

Ao longo de toda a carreira política, Lula se esforçou (com sucesso) para provar que um torneiro mecânico que jamais chegou à universidade estava apto a exercer a Presidência do país. Bastava martelar a tecla de que numa democracia as oportunidades devem estar abertas a todos. Mas ele também lançou mão de outros dois tipos de argumento. Primeiro, dizer que o diploma é um emblema da "elite" – palavra que no léxico da esquerda é sinônimo de "escória". Mais que enfeitar a parede, o canudo serviria para marcar a diferença entre quem pode e quem não pode exercer o poder. O segundo tipo de argumento expressa um certo anti-intelectualismo – uma certa apologia do "homem simples". Em diversos palanques, Lula bradou frases do tipo "No Brasil, todo mundo tem o hábito de confundir título universitário com sabedoria" ou "Diploma não mede a inteligência de ninguém". Ter coração, diz o presidente, é mais importante do que ser letrado.

Transformar a educação formal num dos atributos da elite malvada é o tipo de ideia que dificilmente aparecerá na próxima eleição presidencial. Na verdade, o debate já enveredou por outro caminho: o de valorizar a formação universitária e o diploma – mesmo aquele que não se tem. Num de seus muitos tropeços da semana passada, o senador Mercadante quis prestar um serviço a Dilma Rousseff, virtual candidata de Lula à sua sucessão, respondendo ao fato de que um currículo oficial da ministra indicava falsamente que ela tinha mestrado e doutorado em economia. Para defender Dilma, Mercadante atacou José Serra. Disse que ele não concluiu o curso de engenharia, ao contrário do que foi publicado, vários anos atrás, em anuários do Senado. O senador teve de engolir uma réplica dura. Serra, que conta com dois mestrados e um doutorado em economia, sempre disse em público que nunca completou o curso de engenharia por causa do golpe militar. Reiterou essa informação e ainda contra-atacou, dizendo que era Mercadante quem mentia sobre o próprio currículo. De fato, o senador já chegou a afirmar, até em programa de televisão, que concluiu doutorado na Unicamp – quando na realidade ficou só na graduação. De qualquer forma, é bom saber que os políticos voltaram a valorizar a educação formal. Melhor ainda quando estudaram de verdade.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Para pensar no fim de semana




Apenas um pequeno pensamento:

Muitos reporteres e jornalistas de Brasilia são amigos íntimos dos políticos cujas falcatruas e mamatas deveriam cobrir.
Ora, eles trabalham a semana toda juntos, são convidados para jantares e solenidades pelos políticos, se aproveitam tambem das benesses do (nosso ) dinheiro público...
Eles estão do lado de dentro dos palácios, não do lado de fora como nós, pobres súditos.Logo, apesar de serem meros expectadores, para que se indispor tanto assim? Nenhuma surpresa que os mais obedientes possam inclusive ganhar cargos oficiais, como ja aconteceu no governo Lula....
Não é a toa que a cobertura sobre tudo o que ocorre naquela nojenta ilha da fantasia varia entre moderada para insossa e não existe lá muito interesse em posturais mais fortes contra a vida nababesca que eles possuem graças a nosso dinheiro

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A inflação é um imposto secreto que políticos adoram lhe cobrar!!

The Greenback Effect


Published: August 18, 2009

Omaha


Gary Taxali

IN nature, every action has consequences, a phenomenon called the butterfly effect. These consequences, moreover, are not necessarily proportional. For example, doubling the carbon dioxide we belch into the atmosphere may far more than double the subsequent problems for society. Realizing this, the world properly worries about greenhouse emissions.

The butterfly effect reaches into the financial world as well. Here, the United States is spewing a potentially damaging substance into our economy — greenback emissions.

To be sure, we’ve been doing this for a reason I resoundingly applaud. Last fall, our financial system stood on the brink of a collapse that threatened a depression. The crisis required our government to display wisdom, courage and decisiveness. Fortunately, the Federal Reserve and key economic officials in both the Bush and Obama administrations responded more than ably to the need.

They made mistakes, of course. How could it have been otherwise when supposedly indestructible pillars of our economic structure were tumbling all around them? A meltdown, though, was avoided, with a gusher of federal money playing an essential role in the rescue.

The United States economy is now out of the emergency room and appears to be on a slow path to recovery. But enormous dosages of monetary medicine continue to be administered and, before long, we will need to deal with their side effects. For now, most of those effects are invisible and could indeed remain latent for a long time. Still, their threat may be as ominous as that posed by the financial crisis itself.

To understand this threat, we need to look at where we stand historically. If we leave aside the war-impacted years of 1942 to 1946, the largest annual deficit the United States has incurred since 1920 was 6 percent of gross domestic product. This fiscal year, though, the deficit will rise to about 13 percent of G.D.P., more than twice the non-wartime record. In dollars, that equates to a staggering $1.8 trillion. Fiscally, we are in uncharted territory.

Because of this gigantic deficit, our country’s “net debt” (that is, the amount held publicly) is mushrooming. During this fiscal year, it will increase more than one percentage point per month, climbing to about 56 percent of G.D.P. from 41 percent. Admittedly, other countries, like Japan and Italy, have far higher ratios and no one can know the precise level of net debt to G.D.P. at which the United States will lose its reputation for financial integrity. But a few more years like this one and we will find out.

An increase in federal debt can be financed in three ways: borrowing from foreigners, borrowing from our own citizens or, through a roundabout process, printing money. Let’s look at the prospects for each individually — and in combination.

The current account deficit — dollars that we force-feed to the rest of the world and that must then be invested — will be $400 billion or so this year. Assume, in a relatively benign scenario, that all of this is directed by the recipients — China leads the list — to purchases of United States debt. Never mind that this all-Treasuries allocation is no sure thing: some countries may decide that purchasing American stocks, real estate or entire companies makes more sense than soaking up dollar-denominated bonds. Rumblings to that effect have recently increased.

Then take the second element of the scenario — borrowing from our own citizens. Assume that Americans save $500 billion, far above what they’ve saved recently but perhaps consistent with the changing national mood. Finally, assume that these citizens opt to put all their savings into United States Treasuries (partly through intermediaries like banks).

Even with these heroic assumptions, the Treasury will be obliged to find another $900 billion to finance the remainder of the $1.8 trillion of debt it is issuing. Washington’s printing presses will need to work overtime.

Slowing them down will require extraordinary political will. With government expenditures now running 185 percent of receipts, truly major changes in both taxes and outlays will be required. A revived economy can’t come close to bridging that sort of gap.

Legislators will correctly perceive that either raising taxes or cutting expenditures will threaten their re-election. To avoid this fate, they can opt for high rates of inflation, which never require a recorded vote and cannot be attributed to a specific action that any elected official takes. In fact, John Maynard Keynes long ago laid out a road map for political survival amid an economic disaster of just this sort: “By a continuing process of inflation, governments can confiscate, secretly and unobserved, an important part of the wealth of their citizens.... The process engages all the hidden forces of economic law on the side of destruction, and does it in a manner which not one man in a million is able to diagnose.”

I want to emphasize that there is nothing evil or destructive in an increase in debt that is proportional to an increase in income or assets. As the resources of individuals, corporations and countries grow, each can handle more debt. The United States remains by far the most prosperous country on earth, and its debt-carrying capacity will grow in the future just as it has in the past.

But it was a wise man who said, “All I want to know is where I’m going to die so I’ll never go there.” We don’t want our country to evolve into the banana-republic economy described by Keynes.

Our immediate problem is to get our country back on its feet and flourishing — “whatever it takes” still makes sense. Once recovery is gained, however, Congress must end the rise in the debt-to-G.D.P. ratio and keep our growth in obligations in line with our growth in resources.

Unchecked carbon emissions will likely cause icebergs to melt. Unchecked greenback emissions will certainly cause the purchasing power of currency to melt. The dollar’s destiny lies with Congress.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Existe esperança

Lei antifumo

'Tem o Estado direito de proibir o fumo em ambientes fechados?'

Publicada em 11/08/2009 às 12h21m

Artigo do leitor Adolfo Sachsida para o Globo

Recentemente alguns governadores começaram a se empenhar para banir o uso do cigarro em ambientes fechados. O argumento desses governantes é simples e antigo: não-fumantes expostos ao cigarro também contraem doenças, mesmo não fumando diretamente. Apesar de o argumento estar correto, sou contra esse tipo de intervenção.

Vamos por partes. Primeiro, acredito que a grande maioria concorde que seja direito do Estado banir o uso do cigarro dentro de repartições públicas. Isto é, em locais públicos fechados o Estado tem o direito de impedir que não-fumantes sejam expostos à fumaça gerada por fumantes. O exemplo mais simples disso é uma repartição pública como o DETRAN. Todas as pessoas que querem ou necessitam de carteira de motorista precisam recorrer ao DETRAN, e não há substituto para isso. Assim, caso seja permitido fumar dentro do DETRAN, o não-fumante não tem como se proteger da fumaça gerada pelo fumante.

Contudo, situação muito diferente ocorre em estabelecimentos privados. Um estabelecimento privado não tem o monopólio de um serviço. Assim, caso o cliente sinta-se incomodado com o cigarro alheio, basta mudar de local. Ou seja, basta recorrer aos serviços de outra empresa onde fumantes não sejam aceitos.

Assim, melhor do que o Estado legislar sobre o fumo dentro de estabelecimentos privados seria deixar o próprio mercado fazer tal escolha. Bastaria a cada estabelecimento dizer na entrada: "Aqui fumar é proibido", ou então "Aqui fumantes são bem-vindos", ou ainda "Aqui temos lugares reservados a fumantes". Dessa maneira, caberia ao cliente escolher o estabelecimento que melhor se adeque a suas necessidades e preferências.

Note que mesmo os funcionários que trabalham em estabelecimentos onde o fumo for permitido iriam ser recompensados por isso. Afinal, como estão expostos a piores condições de trabalho, os funcionários que trabalhassem nesses locais seriam recompensados com salários maiores. Enfim, o mercado é capaz de fazer tal alocação. Assim, não cabe ao Estado legislar sobre o uso do fumo dentro de estabelecimentos privados.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Eu tambem sou um imbecil

Por Rodrigo Constantino
Retirado do excelente blog www.rodrigoconstantino.blogspot.com


O presidente Lula chamou de “imbecis” e “ignorantes” todos aqueles que criticam o programa Bolsa Família por acharem que ele pode incentivar a preguiça. Tendo eu me manifestado como sendo um desses “imbecis”, recebi prontamente aplausos de esquerdistas, que finalmente puderam concordar com algo que eu tenha escrito – ainda que apenas o título do artigo. Muitos consideram a esmola estatal uma questão de “direito” ou de “justiça”, e chegam a monopolizar os fins nobres, i.e., somente quem defende o meio estatal para combater a miséria, condena a miséria em si.

Nada mais falso, naturalmente. Mas como combater um programa tão popular – ou seria populista? – é uma tarefa politicamente incorreta, poucos parecem dispostos a fazê-lo, especialmente políticos da oposição e articulistas com receio da “opinião pública”. Não sendo eu nem um nem outro, pretendo apresentar a seguir mais argumentos criticando o programa, que deveria simplesmente ser abolido em prol, paradoxalmente, dos mais pobres.

Recapitulando o que já foi dito, a esmola estatal cria dependência, pois o cão não morde a mão que o alimenta. Além desse fator eleitoreiro, há o incentivo à informalidade ou mesmo ociosidade, já que o governo sustenta a pessoa por prazo indeterminado. Mais: os riscos de corrupção e desvios de verbas são enormes, sem falar do próprio custo do aparato burocrático. De cada real retirado dos pagadores de impostos, uma boa parte fica no caminho, para bancar os burocratas “altruístas”. Por fim, se o governo realmente quisesse ajudar os mais pobres, ele retiraria tantos obstáculos criados por ele mesmo para a criação de riqueza pela iniciativa privada, algo que não interessa aos parasitas no poder.

Nesse artigo, meu objetivo será acrescentar argumentos sobre a viabilidade da ajuda voluntária aos mais carentes, tornando o programa estatal desnecessário, quando não prejudicial. Antes, porém, faz-se necessário recordar que nem sequer faz sentido falar em solidariedade compulsória, aquilo que o programa de esmolas estatais de fato representa. Somente quando há um ato voluntário de caridade podemos falar em moralidade, pois não há nada muito nobre em ajudar um pobre sob a mira de uma arma, que é exatamente aquilo que o imposto do governo faz. Mas parece – e estou especulando aqui – que os esquerdistas não confiam na caridade espontânea dos indivíduos, talvez por projetarem o que são nos demais. Ocorre que no passado, antes do crescimento assustador do welfare state no mundo, isso era exatamente o que acontecia: a iniciativa privada, através das igrejas, de associações e de empresários filantrópicos, fornecia ajuda aos mais necessitados.

No entanto, havia o estigma de ser um “parasita” e viver da produção alheia, aos adeptos dos programas voluntários de ajuda. As pessoas sentiam vergonha pela sua situação de dependência, e por isso mesmo desejavam sair dela o quanto antes. A visão predominante era de que a ajuda deveria contribuir para que a pessoa rapidamente pudesse atingir sua independência novamente, se sustentando por conta própria. O objetivo sempre foi ajudar essas pessoas a sair do programa de ajuda, ao contrário da esmola estatal, que cria uma dependência permanente. Mesmo nos Estados Unidos a quantidade de beneficiados pelos programas estatais de auxílio cresceu de forma explosiva, ainda que a economia estivesse crescendo. Dois dos presidentes que mais expandiram tais programas, Roosevelt e Nixon, foram também os presidentes que mais avançaram sobre as liberdades individuais, o último inclusive chegando a renunciar por causa disso. Durante o período de 1952 e 1970, por exemplo, os beneficiados saltaram de 2 para 10 milhões, e a quantia média recebida mais que dobrou. Nada é tão permanente quanto um programa temporário de governo.

No século XIX, a agência privada Charity Organisation Society oferecia de forma voluntária ajuda aos mais necessitados. Entretanto, havia uma grande preocupação em manter uma ajuda realmente temporária, pois poucos podem contar com fundos “infinitos” como o governo, que tem o monopólio da força para arrecadar impostos. Portanto, a agência tinha que ser eficiente na ajuda, e também evitava aqueles pobres que não mereciam ajuda, pois não apresentavam nenhuma vontade de realmente sair daquela situação. A sociedade acreditava que dar ajuda sem investigar os problemas por trás da pobreza criava uma classe de cidadãos que sempre seriam dependentes dos outros. Ela seria formada, pelos padrões do presidente Lula, por “imbecis” e “ignorantes”.

A Igreja Mórmon é outro exemplo de solidariedade voluntária, pois opera um plano privado de ajuda a seus membros, sendo que o princípio de ajudar cada um a atingir a independência rapidamente também está presente. O trabalho produtivo é uma meta constante, mesmo que seja para fazer algum serviço na própria igreja até encontrar algo melhor. Seria impensável imaginar essas agências privadas comemorando o aumento de necessitados na lista de ajuda, como ocorre quando se trata do governo. Afinal, o governante, que usa o suor alheio, pode sempre posar de caridoso e alardear quanta gente pobre seu governo está ajudando, sem falar que cada um desses representa um eleitor a mais, no mínimo. Como fica claro, os incentivos são bem diferentes entre governo e iniciativa privada.

O conceito de que o trabalho produtivo garante a dignidade do ser humano está ficando ultrapassado após a revolução cultural disseminada pela esquerda. Em vez de enxergar a caridade como aquilo que ela é – uma ajuda, as pessoas têm visto tais esmolas como um “direito”, ignorando que tal “direito” exige como contrapartida, o dever de outro trabalhar para pagar a conta. O governo virou aquilo que Bastiat afirmava: a grande ficção através da qual todo mundo se esforça para viver à custa de todo mundo. Uma “vida digna” para todos, garantida pelo governo, eis o sonho atual. O governo promete aos pobres tirar dos “ricos” para distribuir em nome da “justiça social”, e promete aos “ricos” protegê-los dos pobres, que sem ajuda estatal seriam um bando de criminosos revoltados. Com esse discurso falacioso, o governo engana todo mundo, e concentra poder e recursos. Como no império romano, os governos atuais ainda dão pão e circo para as massas, sob o pretexto de ajudar os pobres. Triste é tanta gente ainda cair nesse velho conto do vigário – ou melhor, do político.

Mas de repente o imbecil sou mesmo eu, que insisto em apresentar argumentos racionais para reflexão, enquanto as massas de fato celebram o seu panis et circense, achando que o presidente Lula é o messias que veio para lhes salvar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Onde está o tal milagre da medicina cubana?

Doctors in Cuba Start Over in the U.S.



Maggie Steber for The New York Times

NURSE, NOT DOCTOR Carlos Domínguez, a hospice admissions nurse, offering comfort to Mercedes Grau as she talked about her mother’s care in Miami

MIAMI — In 1991, Carlos Domínguez, a family doctor in one of Havana’s poorest neighborhoods, bought a boat for 12,000 pesos — the equivalent of saving his entire paycheck for three years — to escape the government that had trained him to be an international doctor.
Maggie Steber for The New York Times

PICTURES OF A FORMER LIFE Carlos Domínguez, along with friends and family, in photographs from the days when he worked as a rural doctor in Lavadero de Sabana, Cuba.

The boat was old and needed to be outfitted with the transmission from a 1952 Ford, one of the many American cars that still cruise the streets of Havana. The mechanic warned him there was no reverse gear. The boat could only go forward.

“Perfect,” Dr. Domínguez, now 46, said he replied. “I don’t plan on coming back. From now on, I’m just going forward.”

And so, armed with his grandfather’s World War II compass, he left Cuba and made his way to Miami, rowing the last seven hours after the gasoline ran out. He was 28 years old and ready to resume his life as a doctor.

But first he needed to pass four exams given only in English, and then put in several years of training as a hospital resident.

Dr. Domínguez, who had been taught Russian in his military school in Cuba, knew no English. Still, he passed one exam before failing the second by a few points. Already married and saddled with family responsibilities, he put away his medical school books, and signed up for a program to become a nurse in one year. Since 2001 he has worked as a hospice admissions nurse, a job that allows him to work with patients while avoiding the hurdles that doctors have to overcome to practice medicine in the United States.

While the rest of the country is suffering from a shortage of primary care physicians, Miami is awash with Cuban doctors who have defected in recent years. By some estimates, 6,000 medical professionals, many of them physicians, have left Cuba in the last six years.

Cuban doctors have been fleeing to South Florida since Fidel Castro seized power in 1959, but the pace intensified after 2006, when the Department of Homeland Security began a program that allowed Cuban medical personnel “who study or work in a third country under the direction of the Cuban government” to travel to the United States legally. The program has effectively turned a crowning achievement of Cuba’s foreign policy on its head.

In the 50 years since the revolution, Cuba has sent more than 185,000 health professionals on medical missions to at least 103 countries. About 31,000, most of them doctors, are in Venezuela, where they work in exchange for cheap oil and other trade benefits for the Cuban government.

And more are in the pipeline. Cuba’s official news agency reported that more than 25,000 health professionals graduated this year, “the largest graduation ever.”

But many doctors on the island are now vying to be tapped for an international mission, in part because they know that no matter where they are sent, they will be one step closer to a visa to the United States.

The missions have earned Cuba much recognition, goodwill and bargaining power. President Obama told reporters at the end of a recent hemispheric meeting in Trinidad that he found it “interesting” to learn from Latin American leaders “about the thousands of doctors from Cuba that are dispersed all throughout the region, and upon which many of these countries heavily depend.”

Yet for many Cuban doctors, who earn the equivalent of $25 a month, the lure of a life of freedom and opportunities in the United States is too strong to resist. And so these children of the revolution, educated by a Communist regime to reject capitalism and embrace socialism, have ended up in Miami, often tending to elderly Cubans who fled the island before the doctors were born.

Ana Carbonell, chief of staff for Representative Lincoln Diaz-Balart, Republican of Florida, said more than 2,000 Cubans had already settled in the United States under the parole program.

“It brings to our community highly qualified professionals at a time of great need,” Ms. Carbonell said. “They work alongside U.S.-trained doctors, and they enhance any practice or wherever they work.”

Many have been able to obtain licenses and practice medicine. Others have chosen to settle for careers in the medical field but not as physicians, and some work in fields that have nothing to do with medicine.

“I know neurosurgeons who are working in warehouses or factories or as gas attendants,” said Julio César Alfonso, 40, who graduated from medical school in Cuba in 1992 and works as a clinic manager in Miami. “But I know many more who are working as nurses, medical assistants and technicians. Lianete Pérez, 37, works as a medical assistant in the office of a pediatrician in Miami. A former anesthesiologist, Dr. Pérez longed to leave Cuba, arrived in 2002 and is studying to take the medical exams later this year. Unlike other doctors who resent having their skills tested years after medical school, she said she welcomed the chance to go back to the books.

STILL STUDYING Lianete Pérez, 37, is a medical assistant for a pediatrician. A former anesthesiologist, Ms. Pérez is studying to take the medical exams later this year.

“There are enormous differences between medicine in Cuba and in the United States,” she said. “I can’t tell you that Cuban doctors are not well trained, but I can tell you that the books we used were edited in 1962, and for me, coming here was like starting all over again.”

Aside from old books, Cuban medical students and doctors must contend with a lack of modern equipment and, often, of drugs and diagnostic tools taken for granted in developed countries. But many expatriate doctors say their dealings with patients in Cuba were more humane and less rushed than they are in the United States.

Foreign doctors trained in languages other than English face immense challenges getting a license to practice in the United States. Not only must they relearn their profession in English, but many, like Dr. Domínguez, must also work to support themselves and their families. Cuban doctors, in particular, tend to be older by the time they arrive in the United States, sometimes too old to dedicate years to studying for exams and finding and completing a residency program.

Finding a residency program is almost impossible, they say, in part because most hospitals seek young doctors who can work long hours for little pay. A 40-year-old doctor is often deemed too old to be accepted in a residency program. Dr. J. Donald Temple, an associate professor of medicine at the University of Miami, said foreign-trained doctors faced the widespread perception that medical schools abroad are not as rigorous as medical schools in this country.

“They are not going to be accepted as readily as American-trained doctors are for some of the more competitive residency programs,” said Dr. Temple, who runs a training program for Latin American and Caribbean doctors to become leaders in the medical field in their own countries. “Many programs would not even consider them.”

Their loss is Miami’s gain. Just about any hospital in Miami can boast of having highly trained Cuban doctors working as nurses or medical assistants or even lab technicians.

Carlos Pérez-Sedano, 40, is one of them. He said he was sent to Ghana in September 2005. A year later, just two months after the parole program was announced, he applied for a United States visa. By December 2006, he was in Miami.

He now works as a case manager at Kendall Regional Hospital and is studying to take the exams for his Florida medical license. He says that half of the case managers in his department are Cuban doctors, and that at least 50 Cuban doctors work in other areas of the hospital, not all of them as physicians. Hospital officials at Kendall Regional say they keep no record of the nationality of their employees.

One out of every four doctors in the United States was trained overseas, said an American Medical Association official who deals with international doctors, but who is not authorized to speak to reporters and declined to give her name.

“We feel that international medical graduates are an integral part of our work force, and we don’t see that changing any time soon,” she said. “We rely very heavily on them because they take positions that are in underserved areas and go into primary care. Without them our country would be in dire straits, especially minority populations and the poor.”

This is the path that Dr. Juan A. Bereao took when he came from Cuba 11 years ago. A surgeon in Cuba, he now works as a house doctor in several South Florida hospitals, including Kendall. For three years before that, he was a resident in internal medical at Bronx-Lebanon Hospital in New York City, where most of his patients were poor and from ethnic or racial minorities.

Dr. Domínguez, the hospice nurse, said he was mostly at peace with the fact that no one calls him “Doctor” anymore, except some old patients from Cuba he sometimes run into in Miami. He earns more than $100,000 a year, sends his two children to private schools and vacations with his family in France and Spain. But he said a part of him would always pine for the profession — and the title.

“I’ve had to get used to think as a nurse, but it’s difficult,” he said. “Deep down, I’m still a doctor.”

domingo, 2 de agosto de 2009

É tudo um jogo de War



Por Fernando Araujo


A queda de Sarney é boa para o PSDB?É má para o Pt?Os tucanos vão ''ganhar'' São Paulo, vão ''perder'' tal estado ( para eles, eles se apropriam de nós) enfim, tudo o que acontece, não acontece para que tenhamos mais ética, moralidade, não importa se nos roubam mais ou menos.
Para a corja do PT e para um semi analfabeto gazeteiro chamado Lula, tudo o que acontece, tudo o que importa é se ele e seus camaradas do PT vão se beneficiar ou não, vão ''ganhar'' ou ''perder''.
Na cabeça dos petistas é tudo um grande jogo de War.
Eu quero o Senado!Eu quero Brasilia!Eu quero a Austrália!Afinal, quem tem a Austrália sempre vence, não é mesmo?

Essa não é a America que eu aprendi a admirar

Triste mundo correto

Um mundo correto

"Trata-se de um mundo cada vez mais correto,
no papel – e cada vez mais chato, na vida real."


Por J.R. Guzzo, na revista Veja

O cidadão que trabalha, paga impostos e trata, basicamente, da sua vida não faz ideia da quantidade de leis e regulamentos a que tem de obedecer hoje em dia para viver bem. Também não sabe a quantidade de coisas que está proibido de ler, ver e ouvir – mais uma vez, para o seu próprio bem. Ele mesmo, naturalmente, não sabe como cuidar de si, nem definir a sua qualidade de vida; é preciso, assim, que o poder público pense e decida em seu lugar, escolhendo o que é melhor para todos e para cada um, e isso desde a primeiríssima infância. A maior parte dos brasileiros não sabe, mas é proibido por lei, por exemplo, fazer publicidade de mamadeiras, chupetas e bicos para mamar, "em qualquer meio de comunicação" – e, para não ficar nenhuma dúvida, também são vetados "promoções, cupons de desconto, sorteios e brindes" envolvendo esses produtos. A ideia superior das autoridades, no caso, é promover a amamentação no seio materno. Para sorte dos bebês que não gostam de se alimentar assim (e das mães que não têm a quantidade de leite desejada pelo governo), continua permitida a fabricação, venda e uso de mamadeiras – mas é ilegal falar que elas existem. Não está claro qual o problema que foi resolvido com essa lei, mas se alguém perguntar a respeito aos peritos em saúde pública infantil provavelmente ouvirá que o Brasil tem uma das políticas de aleitamento "mais avançadas" do mundo.

A situação até que seria razoável se esse tipo de coisa ficasse mais ou menos por aí. Mas não fica. Rolam no Congresso Nacional, no momento, mais de 200 diferentes projetos de lei destinados, na visão de seus autores, a fazer o bem; todos eles estabelecem algum tipo de proibição ou de limitação à publicidade de produtos ou serviços. Fora do Congresso, a única instância autorizada pela Constituição a legislar sobre o tema, autoridades estaduais têm as mesmas ambições de criar regras sobre o que pode e o que não pode ser dito. O estado do Paraná, por exemplo, acaba de proibir que seja exposta em seu território qualquer peça de propaganda com palavras em idioma estrangeiro, a menos que esteja acompanhada de tradução. A decisão, desde logo, causa algumas sérias dificuldades de ordem prática. Como faz, por exemplo, um comerciante de computadores que precisa utilizar a palavra software num cartaz a ser colocado em sua vitrine? O texto da lei não apresenta nenhuma sugestão a respeito do procedimento a seguir.

O bonito, no caso, é que a própria lei que cria a proibição utiliza, logo no seu artigo 1º, uma palavra em idioma estrangeiro, caput, e não faz tradução nenhuma, o que, tecnicamente, deveria sujeitar o governo estadual a uma multa de 5 000 reais – ou até 10 000, talvez, se for considerado que o caso é de reincidência. É para lá de esquisita, também, a sintaxe utilizada na redação da lei. "A tradução", escreve-se ali, "deve ser do mesmo tamanho que as palavras em outro idioma expostas na propaganda" – ou seja, o governo do Paraná, tão preocupado com as línguas estrangeiras, não notou que seu principal problema, por enquanto, é mesmo com a língua portuguesa.

Tudo isso fica menos cômico quando se considera que a cada medida desse tipo a autoridade pública não apenas vem encher a paciência do brasileiro com mais uma interferência inútil em seu cotidiano; comete, igualmente, uma agressão contra a liberdade de expressão. É inevitável. Todas as vezes que se escreve alguma lei sobre questões nas quais a liberdade de expressão está envolvida, o cidadão fica menos livre para se exprimir; não se conhece, na experiência humana, nenhum episódio em que tenha acontecido o contrário. Outra consequência dessas tentativas de regular cada vez mais coisas é a criação de uma teia de obrigações na qual já não basta que o indivíduo obedeça à lei comum e respeite os direitos dos outros – ele precisa, também, levar uma vida considerada virtuosa e ser protegido de si próprio. Deve consumir alimentos com a quantidade correta de nutrientes e, de preferência, orgânicos. Não deve andar de automóvel. Deve considerar que vegetais como uma árvore, por exemplo, são titulares de direitos. Não deve tomar banhos com duração superior a três minutos, para não esgotar as reservas de água doce do planeta. Deve beber com moderação. Não deve assistir a programas de televisão (ou ler livros, ver filmes, ouvir músicas) que visem à obtenção de lucros comerciais. Deve, ao fim da linha, morrer no peso ideal.

Trata-se de um mundo cada vez mais correto, no papel – e cada vez mais chato, na vida real.