segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Libertarismo: o túmulo do sexismo (retirado da The Economist)

Gender arbitrage in South Korea

Profiting from sexism

If South Korean firms won’t make use of female talent, foreigners will

Another joyful day at the office

“DO YOU know you have to give everythingto become a TV announcer?” These words cost Kang Yong-seok, a member of South Korea’s parliament, his membership of the ruling Grand National Party in July. His insinuation that a woman must sleep her way to the top to work in television embarrassed his colleagues and set off a national debate about sexism.

Working women in South Korea earn 63% of what men do. Not all of this is the result of discrimination, but some must be. South Korean women face social pressure to quit when they have children, making it hard to stay on the career fast track. Many large companies have no women at all in senior jobs.

This creates an obvious opportunity. If female talent is undervalued, it should be plentiful and relatively cheap. Firms that hire more women should reap a competitive advantage. And indeed, there is evidence that one type of employer is doing just that.

Jordan Siegel of Harvard Business School reports that foreign multinationals are recruiting large numbers of educated Korean women. In South Korea, lifting the proportion of a firm’s managers who are female by ten percentage points raises its return on assets by one percentage point, Mr Siegel estimates.

South Korea is the ideal environment for gender arbitrage. The workplace may be sexist, but the education system is extremely meritocratic. Lots of brainy female graduates enter the job market each year. In time their careers are eclipsed by those of men of no greater ability. This makes them poachable. Goldman Sachs, an American investment bank, has more women than men in its office in Seoul.

Only 60% of female South Korean graduates aged between 25 and 64 are in work—making educated South Korean women the most underemployed in OECD countries. That may change, however. Marriage and fertility rates have plunged. There were 10.6 marriages per 1,000 people in 1980, but only 6.2 last year. South Korean women have an average of only 1.15 children, one of the lowest rates anywhere. That has troubling implications for the country, but should help women in the workplace. Firms will have to use all the talent they can find. If they don’t, their rivals will.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

''Se é público é nosso, do povo''

Da série ''clichês do socialismo''

LEONARD E. READ*

Série Clichês do Socialismo **

PROPRIEDADE PÚBLICA e controle do governo são termos sinônimos – duas maneiras de expressar o mesmo conceito.

A noção popular é a de que um recurso ou um serviço é propriedade nossa, do povo, quando é de propriedade do governo, a quem cabe sua distribuição, e que nós, o povo, somos objeto de exploração quando os recursos são de propriedade particular e têm objetivo comercial. O Socialismo – a propriedade pública – continuará a se expandir enquanto prevalecer esta noção.

No Brasil, por exemplo, a exploração e o refino do petróleo privados são proibidos para empresários, tanto nacionais quanto estrangeiros. O governo tem o monopólio do setor. Por conta disso, os brasileiros exclamam, inocentemente: “O petróleo é nosso!” Mas se eles derem uma olhada no seu tanque de gasolina, vão descobrir que há dois galões de gasolina de empresas estrangeiras para cada galão que, ingenuamente, chamam de “nosso”. Por que isso? O governo, como proprietário e operador, produz apenas um terço da quantidade necessária para o consumo local; cerca de 200 mil barris têm que ser importados diariamente.

Se nossos índios tivessem seguido o tipo de lógica brasileira, poderiam ter exclamado, 500 anos atrás: “O petróleo é nosso!”, ainda que nem tivessem conhecimento desse recurso até então não explorado. Ou, para fazer uma comparação absurda, depois de fincarmos a bandeira americana no solo da Lua, poderíamos também proclamar que aquele satélite é “nosso”. Só uma pergunta: qual a razão para se alegar posse de qualquer recurso ou serviço não disponível?

Propriedade pública, como é chamada, ao contrário da crença popular, não é, absolutamente, propriedade “nossa”, “do povo”. Se fosse, poderíamos trocar nossa participação na TVA ou nos Correios por dólares, assim como podemos trocar ações de empresas privadas por dólares.

Pelo menos duas condições são necessárias para que a propriedade exista: (1) haver titularidade, e (2) haver controle. Na Itália, sob o fascismo, o direito aos bens permanecia em mãos particulares, mas o controle era assumido coercivamente pelo Estado. Os direitos não tinham qualquer significado. Sem o controle, a propriedade é mera ficção.

Ainda que, de algum modo vago, “nós, o povo”, supostamente tenhamos direitos sobre a TVA, por exemplo, não temos qualquer vestígio de controle da empresa. Não tenho maior controle desse empreendimento socialista de produção de luz e energia do que tenho dos homens que ficam navegando no espaço orbital. “Mas”, alguns irão argumentar, “nem você controla a empresa da qual você tem ações”. É verdade, não tenho a função administrativa, mas está sob meu controle se ficarei com as ações ou irei vendê-las, está sob meu controle se terei participação ou não nos lucros ou prejuízos. Além disso, tenho liberdade para decidir trabalhar ou não para a empresa ou comprar ou deixar de comprar seus produtos. Meu controle sobre o empreendimento não governamental é real, de fato.

Quem, então, controla e, portanto, é dono da TVA, dos Correios e congêneres? Na melhor das hipóteses, esse é um controle nebuloso e instável – muitas vezes difícil de identificar. Fruto de saque político, a propriedade e administração governamental é um controle irresponsável; ou seja, não há nunca responsabilidade em sintonia precisa com autoridade. O prefeito de uma cidade pode ter autoridade total sobre o sistema de água socializado, mas a responsabilidade por falhas no sistema não é, de modo algum, assumida na mesma proporção. Ele passa a responsabilidade adiante. A maior parte das pessoas deseja ter autoridade, contanto que a responsabilidade não venha junto. Isso explica, em parte, porque os cargos políticos são tão atrativos e por que “nós, o povo” nem remotamente possuímos o que é controlado em nome da propriedade pública.

Só se possui de verdade aquilo de que se tem direito exclusivo e controle exclusivo e pelo que se tem responsabilidade. Vá um americano fazer o inventário do que possui! Seus bens serão, predominantemente, aqueles bens e serviços obtidos de fontes particulares numa troca voluntária: energia e luz, câmeras, automóveis, gasolina, ou qualquer dos milhões de bens e serviços com os quais vivemos. As coisas que são de propriedade particular de outras pessoas estão muito mais disponíveis para serem possuídas e controladas do que no caso da “propriedade pública”.

A propriedade pública cria, muitas vezes, ilusões falsas e, ao mesmo tempo, atrativas. Por exemplo, as pessoas que se valem do serviço da TVA estão usando duas vezes mais energia e luz do que a média nacional. Por quê? A TVA cobra menos da metade do preço. Por causa de custos mais baixos de produção? De maneira alguma! Nós, o resto da população do país, pagamos impostos para cobrir o déficit da TVA. Mas a energia e a luz adquiridas dessa maneira não podem ser classificadas como “nossas” mais do que pode qualquer bem ou serviço extorquido à força de seus verdadeiros proprietários. Para se compreender o que significa esse socialismo se for aplicado a tudo, dê uma simples olhada na “economia” russa.

Ou considere outro exemplo: o administrador político do socializado sistema de água de Nova York rejeitou fazer a medição com base no argumento de que a água é um serviço social ao qual os novaiorquinos têm direito como cidadãos. A ilusão: como é bom viver onde boa parte da água é de graça! Sim, exceto pelo fato de que a cidade de Nova York, montada sobre o imenso Hudson, está tendo escassez de água! Veja, isso é pura e simples propriedade pública. Mas observe que a propriedade “pública’ da água nada mais fez do que secar toda a disponibilidade de água para uso particular. Que espécie de serviço social é esse que, privando as pessoas da posse e controle, nega, por fim, o serviço a elas!

Se o que nos interessa é a disponibilidade particular – propriedade no sentido de uso, direito, controle -, então o melhor que fazemos é preservar a propriedade particular e um mercado aberto e livre para o comércio. Como prova disso, dê só uma olhada no tanque de gasolina, no seu closet, ou na garagem, ou na panela sobre o fogão!

*Presidiu a Foundation for Economic Education – FEE por muitos anos desde seu início, em 1946. Continuou a trabalhar para a FEE até sua morte, em 1983. A FEE é uma das mais destacadas instituições dos EUA na educação em prol da propriedade privada, da economia de mercado, do sistema de lucros e perdas e do governo limitado. Não tem fins lucrativos nem político-partidários.

** A série Clichês do Socialismo, reproduzida no site do IL, é uma publicação da FEE.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Deu no NYTimes

OP-ED COLUMNIST

Message to Muslims: I’m Sorry

Many Americans have suggested that more moderate Muslims should stand up to extremists, speak out for tolerance, and apologize for sins committed by their brethren.

Fred R. Conrad/The New York Times

Nicholas D. Kristof

On the Ground

Share Your Comments About This Column

Nicholas Kristof addresses reader feedback and posts short takes from his travels.

Go to Columnist Page »

That’s reasonable advice, and as a moderate myself, I’m going to take it. (Throat clearing.) I hereby apologize to Muslims for the wave of bigotry and simple nuttiness that has lately been directed at you. The venom on the airwaves, equating Muslims with terrorists, should embarrass us more than you. Muslims are one of the last minorities in the United States that it is still possible to demean openly, and I apologize for the slurs.

I’m inspired by another journalistic apology. The Portland Press Herald in Maine published an innocuous front-page article and photo a week ago about 3,000 local Muslims praying together to mark the end of Ramadan. Readers were upset, because publication coincided with the ninth anniversary of 9/11, and they deluged the paper with protests.

So the newspaper published a groveling front-page apologyfor being too respectful of Muslims. “We sincerely apologize,” wrote the editor and publisher, Richard Connor, and he added: “we erred by at least not offering balance to the story and its prominent position on the front page.” As a blog by James Poniewozik of Time paraphrased it: “Sorry for Portraying Muslims as Human.”

I called Mr. Connor, and he seems like a nice guy. Surely his front page isn’t reserved for stories about Bad Muslims, with articles about Good Muslims going inside. Must coverage of law-abiding Muslims be “balanced” by a discussion of Muslim terrorists?

Ah, balance — who can be against that? But should reporting of Pope Benedict’s trip to Britain be “balanced” by a discussion of Catholic terrorists in Ireland? And what about journalism itself?

I interrupt this discussion of peaceful journalism in Maine to provide some “balance.” Journalists can also be terrorists, murderers and rapists. For example, radio journalists in Rwanda promoted genocide.

I apologize to Muslims for another reason. This isn’t about them, but about us. I want to defend Muslims from intolerance, but I also want to defend America against extremists engineering a spasm of religious hatred.

Granted, the reason for the nastiness isn’t hard to understand. Extremist Muslims have led to fear and repugnance toward Islam as a whole. Threats by Muslim crazies just in the last few days forced a Seattle cartoonist, Molly Norris, to go into hiding after she drew a cartoon about Muhammad that went viral.

And then there’s 9/11. When I recently compared today’s prejudice toward Muslims to the historical bigotry toward Catholics, Mormons, Jews and Asian-Americans, many readers protested that it was a false parallel. As one, Carla, put it on my blog: “Catholics and Jews did not come here and kill thousands of people.”

That’s true, but Japanese did attack Pearl Harbor and in the end killed far more Americans than Al Qaeda ever did. Consumed by our fears, we lumped together anyone of Japanese ancestry and rounded them up in internment camps. The threat was real, but so were the hysteria and the overreaction.

Radicals tend to empower radicals, creating a gulf of mutual misunderstanding and anger. Many Americans believe that Osama bin Laden is representative of Muslims, and many Afghans believe that the Rev. Terry Jones (who talked about burning Korans) is representative of Christians.

Many Americans honestly believe that Muslims are prone to violence, but humans are too complicated and diverse to lump into groups that we form invidious conclusions about. We’ve mostly learned that about blacks, Jews and other groups that suffered historic discrimination, but it’s still O.K. to make sweeping statements about “Muslims” as an undifferentiated mass.

In my travels, I’ve seen some of the worst of Islam: theocratic mullahs oppressing people in Iran; girls kept out of school in Afghanistan in the name of religion; girls subjected to genital mutilation in Africa in the name of Islam; warlords in Yemen and Sudan who wield AK-47s and claim to be doing God’s bidding.

But I’ve also seen the exact opposite: Muslim aid workers in Afghanistan who risk their lives to educate girls; a Pakistani imam who shelters rape victims; Muslim leaders who campaign against female genital mutilation and note that it is not really an Islamic practice; Pakistani Muslims who stand up for oppressed Christians and Hindus; and above all, the innumerable Muslim aid workers in Congo, Darfur, Bangladesh and so many other parts of the world who are inspired by the Koran to risk their lives to help others. Those Muslims have helped keep me alive, and they set a standard of compassion, peacefulness and altruism that we should all emulate.

I’m sickened when I hear such gentle souls lumped in with Qaeda terrorists, and when I hear the faith they hold sacred excoriated and mocked. To them and to others smeared, I apologize.

I invite you to comment on this column on my blog, On the Ground. Please also join me on Facebook, watch my YouTube videos and follow me on Twitter.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Vergonha de ser brasileiro.Vergonha do PT

A instituição internacional que zela pela não proliferação de armas nucleares, a NTT, dedica uma reportagem inteira ao descumprimento do Brasil da ordem internacional pelo fato de tentar ajudar o Iran a se livrar se sanções.


Otimo texto do portugues Henrique Raposo

O santo "neoliberalismo"

O comércio tradicional acusa do governo de ser "neoliberal". O governo, que é "neoliberal" para os comerciantes, acusa o PSD de ser "neoliberal". É tão bom termos uma palavra que legitima assim a nossa preguiça intelectual.

Henrique Raposo (www.expresso.pt)

I. Sim, senhora. Vamos lá ao comércio tradicional. Vamos ali à loja do bairro comprar x. Olha, está fechada às 13.34. Vamos a outra loja do bairro comprar y. Olha, também está fechada às 14h. Às 19h, quando se chega a casa, também não há lojas abertas. Resultado: temos de ir à malvada "grande superfície". Meus amigos, estas lojas tradicionais são a imagem perfeita de um Portugal, de um certo Portugal que recusa mudar. Boa parte destas lojas ainda mantém horários e hábitos do tempo do dos meus avós. A sociedade portuguesa evoluiu, está mesmo em 2010, mas as ditas lojas ficaram em 1970. E recusam adaptar-se.

II. Há dias, na TV, um senhor, que falava em nome do comércio tradicional, dizia que o governo estava rendido ao "neoliberalismo". Porquê? Porque o dito governo autorizou a abertura das grandes superfícies ao domingo, uma medida que a população "pedia" há muito. Estes senhores do comercio tradicional não só recusam adaptar-se, como exigem que a sociedade inteira permaneça no seu ritmo, o ritmo de 1970. Pior: ao usar a palavra "neoliberal", estes comerciantes acham que ficam - de imediato - legitimados. Não têm uma ponta de razão, mas acham que são os "bons" deste assunto só porque rotulam os adversários de "neoliberais". Uma artimanha usada por meio mundo aqui em Portugal.

III. De facto, chega a ser cómico o uso sistemático da palavra "neoliberalismo". Vejamos: os comerciantes tradicionais são incapazes de mudar, e depois legitimam este reaccionarismo através do truque habitual: dizem que os seus adversários rezam nos templos do "neoliberalismo". Neste caso, o adversário é o governo. Ora, estamos a falar do mesmo governo que passa a vida a dizer que está a defender o país do "neoliberalismo" oriundo da Comissão Europeia e do PSD. Eis como a vulgata marxista é o "senso comum" da linguagem pública portuguesa. O "neoliberalismo" é a palavra-mágica que, num ápice, tudo explica. Pior: é a palavra-mágica que legitima, logo ali, aqueles que a usam. Nesta terra, aquele que gritar "neoliberalismo" é um santo inquestionável. Em Portugal, se usarem esta password da demagogia, os idiotas e os pulhas passam a ser génios e santos. Logo ali.

IV. Curiosamente, neste país onde a palavra "neoliberal" anda nas bocas do mundo, a Constituição impede políticas liberais. Alguma coisa não bate certo nesta "estória".


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ontem, a Africa do Sul, hoje Israel e Arizona

EM PROTESTO

Artistas como Elvis Costello e Meg Ryan fazem boicote cultural a Israel

Plantão | Publicada em 25/08/2010 às 08h55m

Daniela Kresch
  • R1
  • R2
  • R3
  • R4
  • R5
  • MÉDIA: 3,9

Elvis Costello cancelou show em Israel / Foto Reuters

TEL AVIV - Comprou ingressos para um show de um artista estrangeiro em Israel? Isso não quer dizer que você vai conseguir assistir à apresentação. Nos últimos meses, uma enxurrada de cancelamentos tem frustrado os israelenses, ávidos por qualquer palinha de cultura estrangeira num país que não faz parte do "circuito Elizabeth Arden" dos eventos internacionais. Mas o verão quente contrasta com a frieza do crescente boicote cultural a Israel - motivo principal dos cancelamentos.

Nos últimos meses, músicos famosos como Carlos Santana, Elvis Costello e Snoop Dogg, além das bandas Leftfield, Pixies, Gorillaz e Klaxons, decidiram, na última hora, fazer forfait. A atriz Meg Ryan também cancelou sua participação no Festival de Cinema da Haifa.

O tom do boicote aumentou em vários decibéis depois do incidente com o navio turco Mavi Marmara, no dia 31 de maio, quando nove ativistas pró-palestinos foram mortos por soldados israelenses ao tentar furar o bloqueio marítimo à Faixa de Gaza. Para quem já via Israel de viés, a morte dos ativistas foi a gota d'água.

Para o mais renomado produtor cultural israelense, Shuki Weiss, Israel está sendo vítima de "terrorismo cultural". Depois de arcar com o prejuízo do cancelamento da banda americana Pixies, Weiss afirma ao GLOBO que quem sofre com tudo isso são apenas os fãs:

- Essas decisões repentinas afetam milhares de amantes da música. O show deve continuar em nome do pluralismo, para lembrar as pessoas de que neste mundo há mais do que violência e desastre. Se apresentar num país não quer dizer aprovar as políticas do governo desse país. Venham e digam aqui tudo o que quiserem. Israel é uma democracia.

Dias após o caso do Mavi Marmara, um grupo de 70 acadêmicos indianos, incluindo a escritora e ativista Arundhati Roy, divulgou um abaixo-assinado pedindo adesões a um boicote cultural e acadêmico a Israel. Outro grupo, de 150 artistas e intelectuais irlandeses, também anunciou o mesmo passo.

Não é de hoje que a política respinga na cultura, no caso de Israel. Escritores de renome como a americana Alice Walker e o escocês Iain Banks fazem campanha contra o país há anos em protesto contra a ocupação dos territórios palestinos. O cineasta britânico Ken Loach, por sua vez, retirou seu filme "Looking for Eric" do Festival de cinema da Melbourne de 2009 só porque a embaixada de Israel na Austrália estava entre os patrocinadores.

Condenações políticas já cruzaram muitas vezes a fronteira da cultura. Foi o que aconteceu, na década de 80, com o regime do apartheid, na África do Sul. Artistas de todo o mundo se negaram a visitar o país por causa do tratamento dispensado pela elite branca à maioria negra. No estado americano do Arizona, a recente lei contra imigrantes ilegais também tem sido alvo de embargo cultural.

"Há ocasiões em que meramente ter seu nome ligado a um cronograma de concertos pode ser interpretado como um ato político que ecoa mais do que qualquer música e que pode dar a entender que o artista não se importa com o sofrimento dos inocentes", escreveu Elvis Costello em seu blog logo após o cancelamento do show que faria em Tel Aviv, em junho.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Brasil, o país da xenofobia

Lula defende inibir venda de terras a estrangeiros

Terra_brasileira_à_vendaFolha de São Paulo | 08 de junho de 2010

Medida limitadora está em análise no governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o governo federal estuda maneiras de limitar a compra de terras produtivas no Brasil por estrangeiros.

Lula não deu detalhes de como isso será feito. Informou apenas que as medidas estão em estudo pelos ministérios da Justiça e da Defesa.”Esse é um problema que nós precisamos começar a discutir. Uma coisa é o cidadão vir e comprar uma usina, comprar fábrica. Outra coisa é ele comprar a terra da fábrica, a terra da soja, a terra do minério”, disse.

Ele fez as declarações ao lançar o Plano Safra, que dará R$ 100 bilhões para financiar a próxima colheita. Segundo ele, sem limite, o Brasil corre o risco de ficar com seu “território diminuto”.

De acordo com Lula, o objetivo do governo é encontrar uma maneira de garantir que os brasileiros se “assenhorem” das terras do país para evitar “que haja abuso de compra de terras por estrangeiros, sobretudo da nossa terra mais produtiva”.

Pelo menos nove grupos, entre coreanos, chineses e indonésios, vieram neste ano ao país em busca de terras para plantio de alimentos.

Lula cobrou mais ousadia do agronegócio brasileiro para que enfrente a concorrência internacional em produtos como carne, soja e milho. “O Brasil precisa se compenetrar de que é um país grande e uma economia grande.”