terça-feira, 28 de abril de 2009

um voo longo

O sr Itzak Flom, estava pronto para visitar a filha em Londres.Afivelou os cintos, pegou seu jornal e antes de começar a ler o jornal ouviu um resmungo do homem na poltrona ao lado.
Era um árabe, um escritor chamado Ramos Tarik.O sangue de Tarik ferveu ao ver um judeu ortodoxo a centimetros dele.
''A cisjordânia é nossa'' gritou Tarik.
O Sr Itzak manteve a compustura e não lhe deu ouvidos.
Com o avião ja no ar porem não aguentou e chamou o homem de ''genocida'' e ''profanador''.A aeromoça percebeu o incidente, mas com o avião lotado, não pode realocar nenhum dos passageiros.
As ofensas continuaram, como têm continuado por milênios, passando pela guerras históricas, pela questão de quem era o real dono do território, pelos 'covardes'' assentamentos judaicos, e não ia parar.
Pelo meio do voo, uma terrível surpresa: um passaro entrou na turbina, danificou o compartimento de combustível e o avião explodiu em pleno voo.
Alguns minutos depois, desjetos ainda no ar, o Sr Itzak Flom, ainda preso com o cinto em sua poltrona, agora a deriva em pleno céu sobre o oceano avistou o palestino e voltou a ofende-lo: ''terrorista!' e ''pagão'' foram suas cartadas.
O palestino obviamente não concedeu derrota e devolveu com insultos ainda piores.
E assim continuaram os dois homens, lembrando sempre a burrice de seus governantes, a mediocridade de seus povos, a incapacidade milenar.
Subitamente, um objeto se fez presente, levitando próximo as cadeiras voadoras dos dois homens: era o auto falante do avião, tambem ainda a deriva, que anunciou, pela voz do capitão: ''senhoras e senhores, preparem-se.Este será um longo vôo.

( Trecho de ''Versos Satânicos'', de Salman Rushie)

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