segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A reforma ficou no envelope





Notícias tristes são tão comuns para libertários brasileiros que nem nos damos ao trabalho de prestar muita atenção na maioria.É triste ser libertário no Brasil como é triste ser banqueiro na ex-União Soviética.Disso todo mundo ja sabe.
A causa de tristeza sobre a qual falarei essa semana é o lamentável e enfadonho monópolio postal brasileiro, que por um unico voto(!!) foi mantido pelo STF de Brasília.
Segundo essa visão de mundo que os estatistas conseguiram defender por um voto, só quem pode entregar remessas e correnpondências no território brasileiro, a não ser em uns poucos serviços, é a maléfica empresa brasileira de Correios e Telegrafos.
Graças a decisão destes magistrados, todos os brasileiros que possuem amigos que vivem em outras cidades, que possuem negócios com remessas para receber e enviar, terão que encarar um serviço infinitamente pior, menos amistoso, menos eficiente e muitíssimo mais caro.
Não posso aqui deixar de fazer uma pequena pausa para uma reflexão.Por toda a minha vida como militante liberal fui taxado de não ''ver por trás dos números'' e ''não enxergar as pessoas'' como disse furiosamente um professor uma vez muitos anos atrás.
Ora, estou aqui falando de casais de namorados, de pais e filhos, de amigos que vivem distantes e querem se aproximar uns dos outros mandando presentes, cartas, lembranças, fotografias, declarações....e um maldito monopólio atrapalha a vida destas pessoas.
Claro, estou falando tambem de empregos que não são gerados, e como haveria mais eficiencia e velocidade se a competição fosse aberta.
Todos nós sabemos, se a competição fosse aberta, empresas privadas triturariam os Correios em questão de dias.Eles são ruins demais mesmo.
Existem dois argumentos toscos para defender a ideia pró-monopólio.
A primeira diz respeito aos empregos dos funcionários dos correios que seriam demitidos com o fim deste dinossauro ambulante.A segunda sobre a necessidade de um subsidio cruzado: os correios são necessários porque segundos estes o ''mercado é imperfeito e só vai distribuir correspondencia nos lugares onde isto for lucrativo''
Sobre o primeiro argumento trata-se de um caso clássico de beneficios concentrados contra beneficios difusos.Se o preço para que 190 milhoes de brasileiros tenham um serviço postal decente é que uns poucos milhares de funcionários da estatal percam empregos, este é um preço bem baixo.Eu não vou perder meu sono por eles.Mas ainda assim é um argumento falho.Muitos mais empregos seriam gerados pela iniciativa privada que perdidos pelos correios.
O segundo argumento simplesmente ignora a evidência empírica dos fatos.Em todos os rincões do Brasil, o sistema de distribuição, quando operado por empresas privadas, jamais provocou desabastecimentos.Em cada confim deste país de pessima infra estrutura existem agências bancárias, cerveja a rodo para quem quiser comprar, cigarros, e até ingreja Universal do Reino de Deus.Por que empresas privadas não fariam o mesmo com correspondências??
Como dito por Roman Boan, vice-presidente do Cato Institute de Nova York, em uma inesquecivel apresentação tempos atrás, se o estado detivesse o monopólio da produção de calçados, estes seriam péssimos, caros, e sem-graça.Ainda assim, se uma voz se erguesse pelo fim de mais este monopólio, muitos reagiriam irados ''Voces odeiam os pobres, como eles irão se calçar??Voces não pensam nas pessoas, voces odeiam as pessoas!''

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