terça-feira, 10 de novembro de 2009

Sobre minisaias



Em uma sociedade livre, obviamente, as opiniões e expressões jamais devem ser censuradas.
Não existem limites para este conceito sagrado.
Apenas em casos de difamação o prejudicado tem direito a buscar a via judicial, e apenas ela, após os devidos trâmites poderá exigir uma reparação.Simples assim.
Isso não quer dizer, obviamente, que se fazemos parte de um grupo ruim não devamos pagar moralmente por isso.
Nazistas devem mesmo ser vistos como nazistas, ainda que até eles tenham o direito de expressar suas nojentas opiniões.
Do mesmo modo, fico feliz em ver que os estudantes da Uniban têm pago pelo erro que fizeram.O valor dos seus diplomas, que já não era lá muito alto foi de vez para o ralo.
Eles mesmos agora se mostram indignados com a cobertura nacional do ja internacionalmente famoso ''caso da minisaia''
Ora, a liberdade é algo tao simples e belo: se alguem quer ir de burca para a faculdade, este é um direito sagrado.Se quiser ir de minisaia, idem,a não ser que o regulamento da mesma expressamente proiba determinadas vestes.No caso, não havia nenhuma regulação da faculdade sobre vestimenta, e logo, conclui-se que a estudante encontrava-se em seu direito.

- A menina da saia tava ontem na Luciana Gimenez (apresentadora de um programa de auditório da Rede TV!).
- Ela é feia.
- A Uniban voltou atrás.
- Tá mó p... isso.
- Até no exterior.
- Em Brasília, só se fala nisso.
- Em todo lugar...
- Daqui a pouco, ela vai falar com o presidente (da República).
- Ela não é feia? Ainda não tinha visto.

Como neste diálogo entre três alunas da Universidade Bandeirante, a agora internacionalmente famosa Uniban, a polêmica do vestido curto, em algum momento, adentrava as conversas antes das aulas desta terça-feira, 10. Inevitável.

A chegada tranquila dos alunos, na unidade de São Bernardo do Campo, precisava passar pelo assunto. Ainda mais pelo novo capítulo, no dia seguinte ao cancelamento, pela própria instituição, da expulsão da estudante de Turismo Geisy Arruda, de 20 anos, que mobilizou centenas de colegas por causa do traje ousado na noite de 22 de outubro.

Na praça de alimentação, outra rodinha e depoimentos:

- Ela vinha pra mostrar o corpo.
- Agora ela cresce.

Uma estudante de Veterinária estava aborrecida mesmo com a repercussão midiática. Principalmente pelas críticas à qualidade de ensino.

- Dá vontade de ir lá na (Revista) Veja e dizer: "meu, você tá generalizando!". Chamaram de "faculdade de pobre". Eu pago quase R$ 2 mil! Tenho 22 anos, falo inglês e alemão fluentemente, já fui pra Europa e outros países. Vai na PUC (ver isso)... - desabafou uma garota que preferiu não se identificar.

"Vou pedir indenização também", ironizou Telma Santos, formanda em Fisioterapia, sobre a imagem arranhada dos discentes. De jaleco e chamativo decote, ela acrescentou: "A Uniban tem dois campi. Por causa de um grupo, estão criticando milhares. E nossos professores são doutores, ó. Ela é formada na Alemanha", arrastou um exemplar de professora.


Desconto pela minissaia
Duas garotas procuravam uma outra faculdade para se inscrever no seu vestibular, mas acabaram vendo a Uniban e, mesmo lembrando da controvérsia atual, procuraram a secretaria para se matricular no processo seletivo. Quem sabe, o bombardeio sobre a universidade ajuda:

- Fica mais barato - brincou a vestibulanda.

- Só se fala nisso desde o dia. Todos os comentários são negativos, contra ela. Porque colocaram a universidade a perder, né? Mas isso é frescura. Não é só ela que faz isso. Muitas meninas vêm vestidas assim. À noite, aqui, só dá isso. Nos dois (campi) - atesta uma funcionária de empresa que presta serviço no campus da área de saúde, vizinho ao que servia de passarela para Geisy.


Que bom que ao contrário do que dizem os críticos, libertarismo não é anarquia.Se alguem tem preconceito, que alguem pague por isso.E claro, vou generalizar sim.Se quiserem zelar pelo nome da mediocre faculdade de voces, corram atrás do prejuizo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Falam demais e mostram pouco.