segunda-feira, 17 de novembro de 2008

E os mais pobres?




Algumas pessoas até demonstram alguma simpatia pela idéia do libertarismo, mas com o tempo são enganados por inimigos da liberdade com a seguinte indagação: ''e os mais pobres? E os desfavorecidos? Sem um estado forte que proteja os mais fracos eles ficariam ''a mercê'' do sistema, jogados a própria sorte e o resultado seria terrível...''
Logo algumas pessoas inteligentes são levadas a acreditar que o libertarismo não é viável por não proteger os desamparados.
Vamos então atacar esse engano.

Para começar, não custa dizer a imensa maioria das situações de miséria do mundo foi causada não pelo capitalismo, mas pelos governos.A pobreza na região sub-saariana da Africa, possivelmente a mais terrível que exista hoje no planeta e belamente ilustrada nas fotografias de Sebastião Salgado é causada pela tirania de governantes totalitários que fazem guerras incessantes, roubam para si todas as riquezas de seus países, praticam corrupção e violência generalizadas e alem de tudo impedem que a ajuda internacional alivie a situação.

Mesmo em nações mais desenvolvidas é o governo o culpado pela miséria, e não o mercado.Ora, em uma sociedade pacífica, como é o caso do Brasil, só pode haver pobreza extrema havendo desemprego.Se todos( ou quase todos) estivessem empregados não haveria o que se falar em miséria.E porque o desemprego existe?
Ele existe porque o governo através de uma infinida de regulações, medidas burocráticas e impostos elevados não permite que a economia atinja seu pleno potencial.Imaginem em quantos milhões de empregos a mais não existiriam no Brasil e no mundo sem tantas restrições a atividade econômica, sem impostos asfixiantes, sem tantas proteções trabalhistas( sim, as proteções trabalhistas são na verdade boas para quem já está empregado e goza de benefícios, mas nem um pouco benéficas para os desemperegados.Mas como são os primeiros que sustentam com suas contribuições as centrais sindicais elas não se importam com os já desempregados, que são na verdade os pobres).

O salário mínimo é outra lei criadora de desemprego.Ao estabelecer um pagamento mínimo a lei cria desemprego na medida que impede que todos aqueles que gostariam de trabalhar por menos que o estipulado e todos aqueles que gostariam de contratar alguem, só que por valor menor que o minimo estipulado de celebrar contrato de trabalho.É portanto uma lei causadora( e não aplacadora) de miséria.

Alem de tudo isso, ainda assim é certo que em uma sociedade libertária existiriam excluidos.Vejamos então o gráfico abaixo:



O grafico mostra o percentual de doações filantrópicas em relação ao Produto Interno Bruto de diferentes areas do globo.Como se sabe, uma parte importante das redes que combatem a miséria, dos museus e galerias de arte, das melhorias em faculdades, e muito mais nos Estados Unidos é vinda de doações filantrópicas e privadas.Ou seja, a filantropia tem papel importante naquele país.Porque o mesmo não ocorre no Brasil?

Qualquer brasileiro é capaz de responder a essa pergunta.Os brasileiros não se veem motivados a retribuir generosamente a uma sociedade que só tentou tomar dinheiro deles a todo momento, que ja cobra impostos altíssimos e usa esse dinheiro de forma perdularia e corrupta.Lá existe ainda um certo agradecimento por uma sociedade que funciona.

Imaginem porèm o que aconteceria em uma sociedade libertária que não taxasse as pessoas ou as taxasse em nível mínimo.Se nos Estados Unidos onde o estado atrapalha menos a filantropia já é tão formidável como pode constatar qualquer pessoa que ja visitou por exemplo o Metropolitan Museum ou o Licoln Center, imaginem em uma sociedade de impostos mínimos, livre iniciativa, paz e crescimento econômico?
A resposta é clara: haveria muito mais riqueza, prosperidade e os poucos que seriam perdedores nesse novo sistema seriam facilmente e de forma mais justa e eficiente protegidos por um sistema voluntário( e não coercitivo) de proteção através da filantropia.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Lá o sucesso é admirado







Uma das muitas diferenças culturais que explicam os diferentes níveis de desenvolvimento da sociedade americana e da brasileira é a questão de como o sucesso alheio é encarado.
Enquanto por lá ele é visto com admiração e fonte de aprendizado aqui é motivo de chacota e inveja em sua vertente mais negativa.

Enquanto pessoas como Bill Gates, Warren Buffett e Michael Dell são referências na sociedade americana, sendo frequentemente consultados e celebrados, os empresarios de mais sucesso do Brasil nem de longe gozam da mesma reputação diante do povo do país em que nasceram.
Recentemente, no ultimo e mais decisivo discurso entre os dois principais candidatos a presidência americana, diante de audiência em rede nacional, em momento crucial em que o candidato republicano John Mccain criticou planos econômicos de Obama, o candidato democrata se safou dizendo de bate pronto que se sentia ''orgulhoso e confiante'' por ter o apoio de figuras importantes da nação como Warren Buffett''.

Quando Bill Gates declarou em uma simples entrevista que ''temia pelo futuro da força de trabalho dos EUA'' pelo modo como os estudantes de lá ficavam para trás dos asiáticos em ciências e matemática, uma preocupação coletiva começou a ganhar força, virando quase histeria.Meses depois o senado americano montou um grupo de estudos para estudar porque os alunos americanos ficavam para trás e o próprio Bill Gates ja foi convidado duas vezes para ir lá dar suas visões sobre o tema.

Os americanos não fazem isso para que a Microsoft nao precise contratar tantos engenheiros não americanos.Eles fazem isso porque sabem que as pessoas mais brilhantes devem ser ouvidas.E acreditem, as pessoas mas brilhantes não são os políticos.
Quando algo similar seria dito no Brasil?
Certamente muito pouco e em escala muito menor.

O candidato a prefeito do Rio de Janeiro Fernando Gabeira usou por duas vezes videos gravados por Arminio Fraga em seu programa de TV, mas sem duvida é muito mais um caso isolado do que um reflexo de que a mentalidade brasileira está mudando e o sucesso tambem aqui passará a ser bem visto e o apoio das figuras mais brilhantes passará a ser desejado.
Empresários brasileiros como Eike Batista são simplesmente perseguidos porque incomodam e ''ganham dinheiro demais'' segundo nossa mentalidade socialista dominante.
Enquanto isso não mudar a consequencia natural é que lá continuará sendo a terra das novas Googles, Apples e de Warren Buffetts.Lá continuará sendo a terra da maioria das histórias de sucesso.

Remuneração Excessiva?





Por Fernando Araujo



Algumas pessoas, contaminadas por uma certa mentalidade socialista onde pode-se até ganhar dinheiro, mas não ''excessivamente'' seja lá o que isso for, dizem que profissionais do mercado financeiro têm dinheiro demais.

Todo ano, ao surgirem listas de gestores de hedge funds com ganhos de bilhões de dolares as críticas recomeçam.

Em primeiro lugar, nunca custa lembrar, ao contrário de políticos ou funcionários publicos, 100% dos ganhos dos profissionais de investimentos são advindos da iniciativa privada.Logo, seus ganhos só interessam a eles próprios e a seus clientes.Pode até ser legitimo um cliente achar que a remuneração é excessiva.Mas jamais um terceiro não diretamente envolvido.

Mas por que afinal trata-se de profissão tão bem remunerada?

Para começar a responder a essa pergunta é preciso se lembrar de porque o capitalismo é, no frigir dos ovos superior ao socialismo.
Na União Soviética, em Cuba e em todos os estado socialistas que ja existiram, um problema crônico era a sobra de um determinado item em um lugar e sua falta em outro.Acontece que só a mão invisivel do mercado consegue com precisão produzir e escoar todos os bens nos lugares que eles são demandados.As incessantes trocas voluntárias fazem o que nenhum burocrata jamais conseguiria: agir com precisão e responder de forma perfeita sobre quantos kilos de farinha, quantos parafusos, quantas pastas de dente, e tudo o mais serão demandados por cada estado, por cada cidade, por cada vila, por cada pessoa.Nenhum sistema se aproxima da perfeição da famosa mão invisivel de Adam Smith.

Se fossemos responder em uma frase portanto, o capitalismo é o sistema superior porque é o que aloca de forma mais eficiente os recursos.
Logo, faz todo o sentido que dentro do capitalismo os profissionais mais bem remunerados sejam justamente os grandes alocadores de recursos.

Todas as pessoas são em algum nivel alocadoras de recursos, ou seja, decidem onde irão canalizar suas energias, seu tempo e seu dinheiro.Um médico ao decidir a qual especialidade irá se dedicar, uma empresa ao decidir onde construirá sua loja ou sua fabrica, um estudante ao pensar em que matéria cursará.Os grandes gestores de investimentos são verdadeiros representantes da eficiência do capitalismo.O trabalho deles faz com que recursos escassos encontrem os lugares onde serão mais produtivos e terão maiores retornos.Pode ser saindo de ativos em Krona Islandesa para moedas mais seguras devido a falhas de gestão do governo da Islândia, pode ser financiando novos projetos e empresas incriveis, seja de que forma for é preciso entender que o capitalismo é superior porque é capaz de despertar o que há de mais eficiente nas pessoas e que dentro da sociedade aqueles que permitirem que o capitalismo cumpra sua missão ficarão ricos

Publico X Privado na America Latina







A Grande Família


Texto de Rodrigo Constantino, para a Revista Banco de Idéias (Instituto Liberal)

“O patrimonialismo é a vida privada incrustada na vida pública.” (Octavio Paz)

Dando continuidade à sua obra Patrimonialismo e a Realidade Latino-Americana, Ricardo Vélez Rodríguez analisa em seu novo trabalho, a questão da cultura patrimonialista na região, dessa vez pela ótica da literatura. Em A Análise do Patrimonialismo Através da Literatura Latino-Americana, o autor utiliza esta “antropologia das antropologias” para estudar como a mentalidade que trata o Estado como um bem de família não é algo superficial, mas sim uma profunda característica de nossa cultura. A idéia de que o Estado é o “pai de todos” sobrevive ao longo dos séculos, permitindo a privatização do espaço público por uma “patota”. Este lamentável aspecto cultural da região foi muito bem capturado em obras de literatura, e Vélez selecionou algumas delas para sua análise, como O Outono do Patriarca, de García Márquez, O Ogro Filantrópico, de Octavio Paz, e O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo. Independente de o país em questão ser a Venezuela, o México ou o Brasil, a similaridade de aspectos fundamentais dos traços culturais que levam ao patrimonialismo é impressionante.

Em todos os casos, trata-se de Estados mais fortes do que a sociedade. Como o autor explica, “o Estado surge a partir da hipertrofia de um poder patriarcal original, que alarga a sua dominação doméstica sobre territórios, pessoas e coisas extrapatrimoniais, passando a administrá-los como propriedade familiar”. O aparato burocrático passa a controlar o aparelho estatal, normalmente girando em torno de uma figura central. A privatização do Estado ocorre através das práticas de nepotismo e clientelismo, e as leis deixam de ser impessoais, passando a representar um braço dos privilégios da “grande família”. Não há objetividade nem coerência nos decretos do caudilho. As origens disso vêm de longe, da tradição ibérica, e o Estado costuma ser visto como o grande empresário que garante a riqueza da nação. Os súditos precisam se “encostar” no Estado como fonte de enriquecimento. A figura do governante se confunde com a própria noção de Pátria, levando a um culto à personalidade. O controle sobre a mídia é vital, e informações devidamente manipuladas são repassadas à sociedade através de programas como “A Hora do Brasil” ou “Alô, Presidente”. Um tom messiânico é adotado por ele, resultando numa postura extremamente populista. A sede pelo poder é total. “O tirano quer ser Deus”, resume Vélez.

Em um Estado patrimonialista, não se distingue direito o que é público do que é privado. Todas as funções reduzem-se a incumbências ditadas pelo interesse de família ou de clã. Ao contrário de outras culturas, onde a política é um meio para favorecer os negócios, para os latino-americanos ela é o grande negócio em si. O princípio básico da economia patrimonialista, segundo Vélez, é: “privatização dos lucros, socialização dos prejuízos”. Quem não faz parte do andar de cima, acaba pagando as “aventuras dos tiranetes”. A variável política tem preponderância sobre a variável econômica. A troca de favores é o meio para o sucesso, e não a meritocracia. Conforme Octavio Paz constatou, “o Estado moderno é uma máquina, mas uma máquina que se reproduz sem cessar”. O patrimonialismo é a via que leva ao autoritarismo, através dessa crescente concentração de poder.

Infelizmente, a América Latina parece longe do dia em que tais características serão apenas um triste capítulo do passado. Se no passado figuras como Juan Vicente Gómez, Juan Domingo Perón e Getúlio Vargas representavam os ícones desse patrimonialismo, atualmente Hugo Chávez, Evo Morales e mesmo o presidente Lula, sem falar do casal Kirchner, substituíram os antigos “patriarcas”. Em um estágio mais avançado de autoritarismo, está o exemplo dos irmãos Castro, que transformaram Cuba literalmente numa propriedade familiar. Buscar as origens desse traço cultural, inclusive presente em nossa literatura, pode ajudar a esclarecer melhor as causas que permitem a manutenção destes modelos na política latino-americana, tratada como uma cosa nostra desses populistas. Nesse contexto bastante atual é que o novo livro de Vélez torna-se uma leitura imprescindível, como complemento ao seu trabalho anterior.

Duas palavras perigosas: ''soberania'' e ''estratégico''








Como se sabe hoje, os políticos e os governos que eles ocupam usam o tempo todo truques e chavões para convencer a população de que é necessário fazer o que eles acham que devem(ou o que eles simplesmente querem) fazer.

Um dos truques básicos é usar expressões e idéias que muitas vezes passam sem serem questionados pela população.As duas palavras presentes no título desse ensaio são exemplos.
Comecemos por ''estratégico''.Como sabemos, a atual ministra da casa civil, para apenas ficar em um de muitos exemplos tem repetido a todo tempo que é ''estratégico'' para o Brasil ter uma companhia estatal cuidando das reservas de petróleo na area do pré-sal, ou que os aeroportos não devem ser privatizados porque atendem a interesses ''estratégicos'' do estado.Ora, o que isso quer dizer afinal?

Quando dizemos que algo é estratégico queremos dizer que é um meio necessário para se atender a um fim maior e melhor.Certamente os dois casos em questão só trazem resultados piores.O que é realmente estratégico é que o governo pare de atuar em areas onde a iniciativa privada pode desempenhar papel melhor e mais agil, como nos casos em questão.Estratégico seria se o governo nao atrapalhasse as pessoas, não impedisse que empresas e individuos fossem tolhidos em sua liberdade porque algum governante que se acha iluminado sabe melhor do que todos o que é bom para cada um.

Com ''soberania'' alcontece algo ainda pior.No fundo isso é um derivado de uma visão terceiro mundista de que cada governante tirano poderia fazer o que bem entende dentro de suas fronteiras.Quando alguem defende dessa forma a soberania, no fundo a pessoa confessa um ódio pela globalização, pelo fato de que as fronteiras políticas estão sim perdendo importância e isso não é de se admirar: quando as fronteiras perdem importancia o próprio governo perde importância e não é isso o que nem os políticos e nem os esquerdistas querem.

Em suma: cuidado com essas palavras.Cuidado com a ideologia nociva que elas escondem.

Nós é que merecemos aplausos







Semana passada 30 mil pessoas assistiram a passiata Gay carioca em Copacabana.

Chama antes de tudo atenção o fato de que o governador do estado e o ministro do meio ambiente do governo federal lá estavam presentes, mostrando seu apoio e respeito para a chamada causa gay.

Em primeiro lugar, é salutar ver que o mundo e o Brasil estão mudando para melhor.Finalmente pessoas podem mostrar sem constrangimentos o que elas são.Com certeza em alguns séculos pessoas olharão para trás e verão como vivíamos em tempos bárbaros onde algumas pessoas insistiam em fiscalizar a vida pessoal de outras pessoas, tentando impedir que estas casem-se com quem bem queiram ou possam adotar crianças e cria-las da maneira que desejam.

Os políticos lá presentes merecem respeito pela coragem e bom senso de apoiar tal causa.Inclusive o ministro do governo Lula que eu tanto critico.Por outro lado, quem realmente merece os aplausos é o povo brasileiro que realmente sabe lidar com a questão de forma melhor que muitos outros lugares, apesar de que ainda não a contento.

Um dos grandes ativos brasileiros no exterior, um dos grandes trunfos do país é justamente essa imagem de terra descontraída, da alegria, de costumes liberais e relações humanas calorosas.
Estamos com isso falando de lucros reais.Muitas empresas usam essa imagem positiva do Brasil, esse ativo, digamos assim, para conseguir atrair compradores para suas exportações.As sandálias havaianas e as produtoras de chachaça são dois exemplos que imediatamente vêm a cabeça.

Poderíamos ir muito alem.Se o Brasil seguisse o exemplo de alguns dos lugares mais avançados do globo e liberasse de vez o casamento homossexual com certeza muitas pessoas de nivel intelectual e financeiro altíssimo passariam a eleger o Brasil como sua nova residência.
Ora, nos queremos essas pessoas!Queremos seus talentos, suas ambições, queremos nos tornar um lugar mais livre, mais aberto, mais democrático e que aceita melhor as diferenças.Aliás, são justamente as diferenças que fazem a experiência humana uma história tão bonita.

Ser contra o casamento homossexual é ser contra um dos pilares básicos do libertarismo: o de que não se pode impedir quem quer que seja de fazer algo que não prejudique a ninguem.Desse modo, deveriamos evoluir e realçar essa imagem, aprovando o casamento homossexual e fazendo com que os donos de restaurantes bares e boates se conscientizem de vez que nem todos os casais são heterossexuais e saibam lidar com esse publico, entendendo seus anseios e necessidades.A recente expulsão de um casal de meninas de um bar em ipanema por causa de um simples beijo não colaborou nada com a imagem de país descontraído que tentamos passar para o exterior.

Chega a provocar risadas os argumentos de alguns conservadores que alegam que os gays de ambos os sexos querem ''destruir o casamento''.Ora, destruir uma instituição a qual eles meramente querem poder fazer parte??

Pessoalmente sou contra projetos de lei que criminalizem a homofobia, assim como sou contra a existencia do crime de racismo.Má educação deve ser lamentada, não criminalizada.E em uma hipotética sociedade libertária, onde o estado não poderia coibir que donos de estabelecimentos coloquem placas proibindo a entradas de negros e gays por exemplo.Como poderiamos agir contra isso?

Ora, um dos pilares básicos de uma sociedade libertária é a existencia de sociedades sem fins lucrativo e organizações privadas de toda ordem.Em primeiro lugar, com certeza pouquissimos seriam esses estabelecimentos pelo simples fato de que ninguem quer perder clientes.
Eu que sou branco e hetero certamente me recusaria a por os pés em qualquer lugar que afixasse uma placa nojenta como essa.Com o papel das ONGS e a pressão que elas fariam, ja se teria uma força muito maior que a lei estatal para se banir de vez o preconceito de nossa sociedade e chegar-se ao fim maior do libertarismo: o de permitir que cada um seja o que quiser ser, alcançando ao máximo sua propria potência

Pró-family???


By DAN SAVAGE
Published: November 11, 2008 (New York Times)






COUNTLESS Americans, gay and otherwise, are still mourning — and social conservatives are still celebrating — the approval last Tuesday of anti-gay-marriage amendments in Florida, Arizona and, most heartbreaking, California, where Proposition 8 stripped same-sex couples of their right to wed. Eighteen thousand same-sex couples were legally married in California this past summer and fall; their marriages are now in limbo.

But while Californians march and gay activists contemplate a national boycott of Utah — the Mormon Church largely bankrolled Proposition 8 — an even more ominous new law in Arkansas has drawn little notice.

That state’s Proposed Initiative Act No. 1, approved by nearly 57 percent of voters last week, bans people who are “cohabitating outside a valid marriage” from serving as foster parents or adopting children. While the measure bans both gay and straight members of cohabitating couples as foster or adoptive parents, the Arkansas Family Council wrote it expressly to thwart “the gay agenda.” Right now, there are 3,700 other children across Arkansas in state custody; 1,000 of them are available for adoption. The overwhelming majority of these children have been abused, neglected or abandoned by their heterosexual parents.

Even before the law passed, the state estimated that it had only about a quarter of the foster parents it needed. Beginning on Jan. 1, a grandmother in Arkansas cohabitating with her opposite-sex partner because marrying might reduce their pension benefits is barred from taking in her own grandchild; a gay man living with his male partner cannot adopt his deceased sister’s children.

Social conservatives are threatening to roll out Arkansas-style adoption bans in other states. And the timing couldn’t be worse: in tough economic times, the numbers of abused and neglected children in need of foster care rises. But good times or bad, no movement that would turn away qualified parents and condemn children to a broken foster care system should be considered “pro-family.”

Most ominous, once “pro-family” groups start arguing that gay couples are unfit to raise children we might adopt, how long before they argue that we’re unfit to raise those we’ve already adopted? If lesbian couples are unfit to care for foster children, are they fit to care for their own biological children?

The loss in California last week was heartbreaking. But what may be coming next is terrifying.

Dan Savage is the editorial director of The Stranger, a Seattle newsweekly, and the author of “The Commitment: Love, Sex, Marriage and My Family.”

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Pais livre??













As 3 fotos acima são respectivamente da reportagem escrita pelo jornalista americano Larry Rother, então colunista do New York Times radicado ha muitos anos no Brasil, do musico carioca Marcelo D2 e das modelos vitimas da perseguição do juiz Siro Darlan, que no dia anterior havia proibido todas as menores de idade de realizarem seu trabalho honestamente.

O que 3 histórias tão diferentes têm em comum?Pessoalmente não tenho nenhuma simpatia específica por nenhum dos 3 grupos de vítimas, mas é inegável que se trata de tres casos de perseguição e abuso estatal.

O rapper Marcelo D2 fazia seu trabalho em Brasilia.Era mais um dos inumeros shows da turnê de sua banda quando cientes de que o grupo faria um show naquela cidade, membros da policia federal, amparados por ordem judicial realizaram a prisão ''em flagrante'' dos músicos.Se voce não entendeu, isso quer dizer que ao invés de perseguir homicidas e estupradores, os policiais fizeram a façanha de retirar uma banda de música do palco, sem claro, com muitas cãmeras.

Pessoalmente, nunca gostei da musica do Planet Hemp.Mas quando alguem vai em cana por dizer o que pensa, por manifestar uma opinião, isso se torna meu problema, pois logo posso eu tambem a ir pro xadrez por manifestar alguma opinião.Isso portanto me diz respeito, sobretudo no pais em que nasci e no qual minha familia deverá morar para sempre.

Apesar de não usa-las, sou tambem contrário ao fato de que o uso de substâncias entorpecentes seja proibido por lei e que se gaste meu dinheiro para combate-las.
Em todo caso, o fato de ser ou não a favor da proibição da venda de entorpecentes esconde um problema ainda maior: ainda que por absurdo eu fosse a favor da proibição, nem eu nem ninguem teria o direito de prender quem simplesmente se manifestou com uma posição contrária.Contaram que a constituição de 88 garantia liberdade de expressão.Como diz a famosa musica do Planet Hemp..''é mentira...é mentira...''

A desculpa de que houve apologia não cola.Seria o primeiro caso na história de crime anunciado, divulgado e praticado publicamente com hora marcada.O que houve foi simples: gente que se incomodava com eles e discordava da mensagem deles tentou usar o estado para impedi-los de dizer o que eles acham que é o correto.Dito em palavras mais curtas: o estado, através do judiciário e da policia federal praticou censura.

Agora um problema: acabo de escrever essas linhas em meu blog.Será que a policia federal tambem virá atrás de mim por dizer o que penso? Quando uma coisa é liberdade de expressão e quando se transforma na tal ''apologia''? Fazer uma peça condenando proibição das drogas pode? Quantas músicas uma banda tem o direito de fazer sobre o tema? Isso é liberdade?

Sejamos sinceros: não ha meia liberdade.Ou as pessoas são livres para dizer o que pensam ou não o são.Eu prefiro viver em um lugar onde elas são.

No caso das modelos, o erro do sempre incoveniente e sempre desesperado por holofotes juiz Siro Darlan foi achar que o estado é pai de alguem.O proprio juiz na época afirmou : ''essas meninas se encantam com um sonho de cinderela, achando que ganharão rios de dinheiro e largam os estudos.Vão se dar muito mal..''

Nesse ponto até concordo com Darlan.De fato uma minoria daquelas meninas por ele proibida de trabalhar irá ''se dar bem'' nessa tentativa de carreira de modelo profissional.Aliás, em qualquer carreira é mesmo uma minoria que se dá bem.Com advogados, médicos, escritores e tudo o mais ocorre o mesmo.E em todos os casos, são os sonhos que nos movem.

Novamente porém, isso não importa.Elas estão trabalhando honestamente, e se vão se dar bem ou não é problema delas.Gastar meu dinheiro de contribuinte para impedir quem não está praticando nenhum crime é misto de autoritarismo, totalitarismo e paternalismo infantil.As modelos que se arrebentem, mas não tentem substituir as familias delas.Se cabe a alguem tentar convence-las a desistir da carreira é aos pais delas.E talvez elas não devessem ouvir nem a estes.

Se as modelos devem ou não ficar na escola, devem ou não arriscar e tentar o sucesso é problema delas, orientadas por seus pais e familiares.O estado não pode suplantar a instituição familiar e achar que sabe melhor que todos o que é certo para alguem.

Pequena pausa: não pode mas obviamente faz isso a torto e a direito, com classificação obrigatória( e não apenas indicativa) de filmes no cinema, com cerceamentos incriveis, como até mesmo limitações de que nomes podemos colocar em nossos filhos, ou pior, proibindo certos anuncios de serem exibidos durante o dia.Ora, se eu acho que meu filho deve ou não assistir comerciais de cigarro ou bebidas alcóolicas é problema de minha familia, e não do Estado.

O nome da ambição estatal de tutelar cada detalhe da vida dos individuos, inclusive em suas relações pessoais e familiares se chama totalitarismo.O embrião do PT e o estado brasileiro em geral é completamente banhado por esse sintoma.

No caso do jornalista Larry Rother a situação é ainda mais grave.Pouco importa se sua reportagem, denunciando o habito de ''bebedeira'' do presidente da republica é fundamentada ou não.A triste notícia é que o governo no dia seguinte reagiu com truculência cancelando o visto do jornalista e na prática o obrigando a deixar o país.Expulsar jornalistas por fazerem matérias contrárias ao governo é uma manifestação única e exclusivamente das ditaduras.Todos sabem que não gosto de Lula.Mas nunca neguei que segundo todas as evidências ele é um lider democraticamente eleito, e portanto, digamos, um lider legítimo.

Naquele momento seu governo se aproximou da aura do autoritarismo e da ilegitimidade.Naquele que foi sem duvida o seu pior momento, ele procurou amordaçar a imprensa( é verdade que o PT nunca foi lá muito democrático e aberto ao questionamento, mas uma coisa é não gostar, a outra coisa é usar o poder da maquina estatal para censura e beneficio proprio).

Aquele episódio triste levantou o véu do que se mostrou o pior defeito do PT: o uso do estado como instrumento particular.Depois disso caseiros inconvenientes foram perseguios, cargos loteados, jornalistas comprados, mas naquele momento a mascara caiu.O viés autoritário, contra o individualismo e dirigista que tanto nos atrasa deu as caras.Foi o começo da queda do castelo de cartas.

Como disse o megainvestidor George Soros em 2003: ''os mercados brasileiros estão se recuperando porque todos notaram que o PT apenas tinha um projeto muito forte de chegar e se manter no poder.Não tinha nenhum projeto para o que fazer quando chegasse lá''
Menos mal...menos mal....

Gabeira em nota de 2004 fala sobre tentativa de expulsão a Larry Rother

A decisão de cancelar o visto do correspondente do New York Times no Brasil foi um final melancólico para uma crise artificial criada pelo despreparo e provincianismo do governo brasileiro.

A reportagem sobre o uso do álcool pelo Presidente tinha uma série de fantasias, a mais importante dela considera que o Brasil inteiro estava preocupado com a quantidade de bebida que Lula consome. Não há nenhuma evidência de abuso de álcool, nehuma relação causal entre a bebida e frases infelizes do Presidente.

No entanto, o que poderia ser tratado com uma carta de esclarecimento tornou-se um atentado à liberdade de expressão. Os erros começaram também com a ajuda da oposição que se limitou a atacar a reportagem sem propor uma saída sóbria para responder ao texto.

Houve em alguns jornais notas do tipo "todos pela honra de Lula". Isso foi o primeiro grande erro, pois dá a impressão que o suposto abuso de álcool seja uma desonra. Nada disso propomos em nossa política de drogas, mas sim respeito e ajuda.

O segundo equívoco veio na nota de Luis Gushiken, secretário de comunicação do governo. Atribui o texto a uma maquinação do governo Bush, sem se dar conta que o New York Times é oposição, não está articulado para fazer reportagens sobre projetos sombrios do Presidente americano. Gushiken disse que Larry Rohter não conhecia o Brasil pois vivia no Rio de Janeiro. Em seguida, o líder do governo, Professor Luisinho, afirmou que ele é um desses caras que vivem em Ipanema, como se viver no bairro desqualificasse a pessoa.

Finalmente, veio a idéia da expulsão, algo de que não temos notícia na nossa recente história democrática. Como foi possível o governo cometer tantos erros, saltar de trapalhada em trapalhada até esse estágio de nos cobrir de vergonha no mundo democrático?

Esta nota é apenas para dizer que protesto. Devo prosseguir no assunto, ao longo do dia no Congresso e vou colocá-lo na pauta na audiência pública sobre o envio de forças de paz ao Haiti. Afinal, é uma reunião para debater política externa e hoje a política externa brasileira sofreu uma grande derrota com esta decisão de Lula.

A propósito, questionado por um jornalista americano sobre a reportagem do New York Times dei meu testemunho de quem viajou longo trecho com Lula de que jamais o vi abusando de bebida alcóolica, nunca vi sua performance política influenciada pela bebida.

No entanto, o que poderia ser uma reação tranquila acabou amplificando para o mundo, de forma assustadora nosso grande problema que, certamente, não se chama álcool mas sim despreparo da equipe dirigente. (F.G.)

Todos são ruins






As vezes, umas poucas vezes é verdade, o povo do Rio e do Brasil me surpreende positivamente.
Tem acontecido mais ultimamente.

O plebiscito sobre o ''desarmamento'' foi uma dessa vezes e as eleições muicipais de ontem outra delas.Como disse hoje o jornal O Globo, uma eleição que começou com Wagner Montes e Crivela e termina com Gabeira no segundo turno deixa lições.

Claro, todos são ruins.Gabeira foi um quadro do PT por muito tempo, fora o fato de ser ex sequestrador do diplomata americano Charles Elbrick, que ao contrário do que Gabeira pensa não traz orgulho algum a sua biografia, e é motivo pelo qual até hoje ele nao pode por os pés na América.

Mas todos merecem uma segunda chance e Gabeira evoluiu muito.O fato de ter combatido o então presidente da camara Severino Calvacanti, levantando(pasmem!) a bandeira da ética na politica merece aplausos.Assim como o fato de corajosamente criticar o absurdo que é a proibição da comercialização livre das drogas.

Andrea Gouvea Vieira, a vereadora na qual votei, ao menos tem uma proposta sensata: fiscalizar e controlar os gastos publicos.Segundo o folheto de campanha dela ''foi esse descontrole e falta de fiscalização que geraram uma cidade da música, por exemplo''.Pronto.Não sou em se tratando de política brasileira um cara exigente.Só esse raciocínio banal que qualquer criança de escola teria ja foi o suficiente para ganhar meu voto.

Andrea E Gabeira não são bons, é verdade.Ambos ainda parecem dar a importância exagerada que o estado, seja ele qualquer governante que o ocupe, simplesmente não merece.Mas são um alento entre gansgsters e populistas que infestaram as paginas de jornal nessas eleições.Eles são ruins mas não são ''da milicia'' ou ''das vans'' ou de qualquer outra faccção que seja.São ruins mas são os melhores que há, enquanto não diminuimos de vez o tamanho da maquina que ocupam.

Incrivel, mas hoje, nossas esperanças estão com eles.São o que há de mais próxima para nossa cidade da causa libertária

9/11 X 11/9




Por uma incrivel coincidência, o dia em que o mundo se abriu, que a tristeza do comunismo deixou oficialmente de existir, no caso o inesquecível 9 de novembro de 1989, tem tambem a mesma data, só que invertida do trágico dia 11 de setembro.

Qual destes dois modelos prevalecerá?
E uma pergunta legítima de se fazer, por que todos os sequestradores nos aviões eram de origem arabe e eram fanáticos religiosos muçulmanos?

Certamente muçulmanos não são piores que quaisquer outros seres humanos.
O que ocorre é que vivem sob condições tão terríveis, assolados por ditaduras teocráticas sanguinárias e implacáveis, sem as minimas possibilidade e esperanças, sem liberdade de expressão, religião ou mesmo de disssenso, uma condição terrível e explosiva de fatores que traz total desesperança, e consequentemente total rancor, ódio e intolerância.

A roda aos poucos irá girar e o mundo irá mudar, mesmo em seus pedaços mais atrasados.
Nesse sentido, um exemplo de inspiração que gosto sempre de dar vem do famoso livro ''O mundo é plano'' de Thomas Friedman, colunista do New York Times.

O economista Stanley Fischer já dizia ''um bom exemplo vale mil teorias''.Pois um ótimo exemplo vem da Aramex.A unica companhia até hoje do mundo àrabe a ter contruido um negócio sólido e moderno o suficiente para ter suas ações listadas na Nasdaq, a bolsa de tecnologia americana.

O certo seria que cada jordaniano, cada arabe, cada muçulmano, ao invés de teorias fanáticas e intolerantes, fosse ensinado na escola sobre o sucesso da Aramax, e seu dia de glória, quando o mundo parou para assistir a seus fundadores(muçulmanos como eles!) a tocar a campanhia de abertura dos negócios do pregão da Nasdaq daquele dia de novembro de 2005.
Imagine o orgulho daquele punhado de funcionários, de ao voltar para casa saber que eles tambem faziam parte do mundo, e não por noticias terriveis, mas por ter construido algo de sucesso, por terem feito suas chamas e suas potências vibrarem.

Um bom exemplo vale mil teorias, e por isso acredito sim que o 11/9 irá ser lembrado por gerações após os meus ainda nao nascidos filhos, e sobre o 9/11 poderemos contar que foi sim uma data triste mas superada em nossa história.
Que em um futuro breve existam mil novas Aramex, e consequentemente, que elas construam uma história totalmente diferente e nova para ser contada.