quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nós é que merecemos aplausos







Semana passada 30 mil pessoas assistiram a passiata Gay carioca em Copacabana.

Chama antes de tudo atenção o fato de que o governador do estado e o ministro do meio ambiente do governo federal lá estavam presentes, mostrando seu apoio e respeito para a chamada causa gay.

Em primeiro lugar, é salutar ver que o mundo e o Brasil estão mudando para melhor.Finalmente pessoas podem mostrar sem constrangimentos o que elas são.Com certeza em alguns séculos pessoas olharão para trás e verão como vivíamos em tempos bárbaros onde algumas pessoas insistiam em fiscalizar a vida pessoal de outras pessoas, tentando impedir que estas casem-se com quem bem queiram ou possam adotar crianças e cria-las da maneira que desejam.

Os políticos lá presentes merecem respeito pela coragem e bom senso de apoiar tal causa.Inclusive o ministro do governo Lula que eu tanto critico.Por outro lado, quem realmente merece os aplausos é o povo brasileiro que realmente sabe lidar com a questão de forma melhor que muitos outros lugares, apesar de que ainda não a contento.

Um dos grandes ativos brasileiros no exterior, um dos grandes trunfos do país é justamente essa imagem de terra descontraída, da alegria, de costumes liberais e relações humanas calorosas.
Estamos com isso falando de lucros reais.Muitas empresas usam essa imagem positiva do Brasil, esse ativo, digamos assim, para conseguir atrair compradores para suas exportações.As sandálias havaianas e as produtoras de chachaça são dois exemplos que imediatamente vêm a cabeça.

Poderíamos ir muito alem.Se o Brasil seguisse o exemplo de alguns dos lugares mais avançados do globo e liberasse de vez o casamento homossexual com certeza muitas pessoas de nivel intelectual e financeiro altíssimo passariam a eleger o Brasil como sua nova residência.
Ora, nos queremos essas pessoas!Queremos seus talentos, suas ambições, queremos nos tornar um lugar mais livre, mais aberto, mais democrático e que aceita melhor as diferenças.Aliás, são justamente as diferenças que fazem a experiência humana uma história tão bonita.

Ser contra o casamento homossexual é ser contra um dos pilares básicos do libertarismo: o de que não se pode impedir quem quer que seja de fazer algo que não prejudique a ninguem.Desse modo, deveriamos evoluir e realçar essa imagem, aprovando o casamento homossexual e fazendo com que os donos de restaurantes bares e boates se conscientizem de vez que nem todos os casais são heterossexuais e saibam lidar com esse publico, entendendo seus anseios e necessidades.A recente expulsão de um casal de meninas de um bar em ipanema por causa de um simples beijo não colaborou nada com a imagem de país descontraído que tentamos passar para o exterior.

Chega a provocar risadas os argumentos de alguns conservadores que alegam que os gays de ambos os sexos querem ''destruir o casamento''.Ora, destruir uma instituição a qual eles meramente querem poder fazer parte??

Pessoalmente sou contra projetos de lei que criminalizem a homofobia, assim como sou contra a existencia do crime de racismo.Má educação deve ser lamentada, não criminalizada.E em uma hipotética sociedade libertária, onde o estado não poderia coibir que donos de estabelecimentos coloquem placas proibindo a entradas de negros e gays por exemplo.Como poderiamos agir contra isso?

Ora, um dos pilares básicos de uma sociedade libertária é a existencia de sociedades sem fins lucrativo e organizações privadas de toda ordem.Em primeiro lugar, com certeza pouquissimos seriam esses estabelecimentos pelo simples fato de que ninguem quer perder clientes.
Eu que sou branco e hetero certamente me recusaria a por os pés em qualquer lugar que afixasse uma placa nojenta como essa.Com o papel das ONGS e a pressão que elas fariam, ja se teria uma força muito maior que a lei estatal para se banir de vez o preconceito de nossa sociedade e chegar-se ao fim maior do libertarismo: o de permitir que cada um seja o que quiser ser, alcançando ao máximo sua propria potência

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